Na coluna desta semana, o professor Bruno Bedo ressalta um estudo recente da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, coordenado por Ricardo Amadio e orientado pelo professor Umberto Corrêa, que avaliou tenistas e revelou que, embora a prática esportiva intensiva melhore o desempenho dos atletas, essa melhora não é acompanhada por uma percepção equivalente de competência técnica. Por outro lado, os praticantes tendem a perceber um aumento na competência física.
Então, como a prática esportiva intensiva aumenta a percepção de competência técnica? O estudo revelou que, embora os participantes tenham melhorado significativamente seu desempenho na tarefa de rebater a bola de tênis, essa melhoria não se refletiu na percepção de competência técnica; melhorias na tarefa de forehand, que é apenas uma parte do esporte, têm pouca influência na percepção geral de competência técnica; os grupos que praticaram mais repetições tiveram melhor desempenho, mas não houve mudança na percepção de competência técnica, indicando que a prática intensiva sozinha não altera a autopercepção técnica dos atletas.
O professor afirma que os atletas podem melhorar sua percepção de competência na prática esportiva e ser crucial a presença de um professor experiente, pois o feedback positivo e construtivo pode validar e incentivar o aluno, melhorando sua autoconfiança e percepção de competência. Os participantes perceberam uma melhora na competência física e no condicionamento devido à sensação de fadiga após a prática intensa, sugerindo que a percepção de esforço físico é mais tangível que a das habilidades técnicas; programas que equilibram o desenvolvimento técnico com a resistência física são benéficos, ajudando os atletas a se sentirem mais competentes de forma geral.
Ciência e Esporte
A coluna Ciência e Esporte, com o professor Bruno Bedo, vai ao ar toda sexta-feira às 10h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.
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