Nesta quarta-feira, dia 28 de fevereiro, a USP e o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação de Angola assinaram o contrato do Projeto de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia, que tem o objetivo de oferecer bolsas para a formação em pós-graduação de docentes e pesquisadores angolanos.
O projeto concederá bolsas de estudos que cobrirão os custos dos estudantes durante o curso e as passagens aéreas. Os valores e durações variam para cada tipo de bolsa concedida: mestrado, doutorado ou pós-doutorado. A iniciativa busca, também, diminuir a disparidade de gênero no campo acadêmico, por meio do estabelecimento de 55% de bolsas às mulheres angolanas.
O contrato permitirá que a USP receba 128 alunos angolanos para os cursos de mestrado ou doutorado, ligados às áreas de agronegócio, meio ambiente, biotecnologia, energia, engenharia mecatrônica, petróleo, nanotecnologia, pesca, recursos hídricos, recursos minerais, saúde, telecomunicação e tecnologia da informação.
“Essa parceria é de grande importância para a USP, pois une dois países de língua portuguesa com ligações culturais e históricas. O projeto deve ser celebrado tanto por seu caráter científico e estratégico quanto pela ligação entre Brasil e Angola, uma nação irmã fundamental, assim como outros países da África, para a formação do nosso País e da nossa sociedade”, afirmou a vice-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda.
A ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação de Angola, Maria do Rosário Bragança, expressou seu júbilo em relação ao programa: “Nós esperamos que cada um dos formandos integre um pilar estratégico na economia e no desenvolvimento de Angola. Por meio dessa parceria, podemos aliar a excelência acadêmica da USP aos estudos e interesses de pesquisadores e docentes angolanos”.
Para o pró-reitor de Pós-Graduação, Rodrigo Calado, esta é uma ótima oportunidade de estreitamento de laços entre os países, empenhados no aprimoramento de seu Ensino Superior. “Há um interesse bastante forte do Brasil, e especialmente da Universidade de São Paulo, na colaboração para a formação de um ensino de qualidade, principalmente na pós-graduação. Nós queremos receber pesquisadores excelentes, que poderão retornar a Angola com maior bagagem acadêmica”, afirmou.
O coordenador do projeto, Ricardo Queirós, destacou a escolha da Universidade para a participação no programa. “A USP é referência mundial, e foi esse um dos principais motivos que nos levaram a buscar um acordo de parceria entre o governo de Angola e a instituição. Acredito que teremos muitos frutos positivos a partir desse programa”.
O contrato dá continuidade ao convênio assinado no ano passado entre a Universidade e o Centro Nacional de Investigação Científica de Angola.
Investimento em Pesquisa
A iniciativa integra o Projeto de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia, em execução pelo Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação do governo angolano – financiado por um empréstimo de US$ 90 milhões do Banco Africano de Desenvolvimento –, com o objetivo de investir em ações voltadas para a diversificação da economia por meio da inovação científica e tecnológica. Além da USP, o projeto também firmou parceria com a Universidade de Lisboa (Portugal), que já conta com 33 docentes e pesquisadores angolanos.
Também estavam presentes ao evento o diretor-executivo da Fundação de Apoio à USP (Fusp), Marcilio Alves; o presidente da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani), Sergio Proença; o diretor-geral da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fundecit), Mário Jorge Cartaxo Fresta; e representantes do governo de Angola.
* Estagiária sob supervisão de Erika Yamamoto