USP concede título de Professor Emérito a Erney Plessmann

O título de Professor Emérito é concedido a professores aposentados que se distinguiram por atividades didáticas e de pesquisa ou que tenham contribuído, de modo notável, para o progresso da Universidade

 18/08/2021 - Publicado há 3 anos     Atualizado: 27/07/2023 às 16:09
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(Da esq. para a dir.) Os professores Marco Antonio Zago, José Roberto Drugowich de Felício, Erney Felício Plessmann de Camargo, Vahan Agopyan, Carlos Pelleschi Taborda e Pedro Vitoriano de Oliveira – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

 

O docente do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), Erney Felício Plessmann de Camargo, recebeu, em uma cerimônia on-line, transmitida da Sala do Conselho Universitário, no dia 17 de agosto, o título de Professor Emérito da USP.

A concessão da honraria foi aprovada pelo Conselho Universitário, no dia 9 de março deste ano, quando também foram homenageados os professores Antonio Candido de Mello e Souza, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), e Walter Colli, do Instituto de Química (IQ), cujo evento de outorga foi realizado no último dia 10 de agosto.

O título de Professor Emérito é concedido a professores aposentados que se distinguiram por atividades didáticas e de pesquisa ou que tenham contribuído, de modo notável, para o progresso da Universidade. Desde a fundação da USP, em 1934, foram outorgados 20 títulos a docentes da instituição.

A saudação a Camargo foi feita pelo presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e ex-reitor da USP, Marco Antonio Zago, que abordou a trajetória do homenageado como proeminente cientista e educador. “Erney contribuiu para a defesa da autonomia acadêmica e do papel da Universidade quando a liberdade da Universidade foi ameaçada, em um período particularmente sombrio e triste da nossa história. Conceder-lhe este título, portanto, não é apenas uma questão de reconhecimento e justiça, mas também uma maneira de a Universidade valorizar um modelo de vida dedicada à educação superior, à pesquisa e à política científica”, ressaltou Zago.

O homenageado contou um pouco de sua história de vida universitária. “Nos meus 45 anos de USP, a Universidade me educou e me apresentou a intelligentsia brasileira e internacional. Aqui conheci e interagi com intelectuais notáveis. Mas, muito mais do que ter me dado amigos, por muitos anos, a USP me pagou para fazer exatamente o que eu gostava de fazer e o que faço até hoje como pesquisador e professor sênior. A USP igualmente me deu a oportunidade de formar quadros universitários. Por isso, amo e respeito a USP”, relatou.

Camargo também falou sobre seu afastamento compulsório da Universidade em função da ditadura militar. “Às vezes, me pergunto como posso ter tanto carinho pela Universidade se ela me demitiu em 64. É preciso deixar muito claro que não foi a USP que nos demitiu, mas forças estranhas à Universidade, ajudadas por um pequeno bando de desafetos da Medicina, um reitor antidemocrata, por excelência, e um governador procurando agradar os militares e os obscurantistas da época. O corpo universitário, ao contrário, sempre nos tratou com respeito e carinho”, contou.

O reitor da USP, Vahan Agopya, destacou o fato de o professor representar um “grande símbolo da academia brasileira”. “Este ano, a USP tinha que dar uma resposta à sociedade, quando o negacionismo e a anticiência tornaram-se uma rotina e a ignorância, uma virtude. A Universidade não podia se calar e uma maneira clara e direta de responder a essa situação é homenagear os grandes líderes, os grandes professores que a Universidade tem e que honraram seu cargo de professor, fortaleceram esta instituição, criando verdadeiras escolas de saber”, afirmou.

O novo Professor Emérito da USP, Erney Felício Plessmann de Camargo – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O homenageado

Graduado em Medicina, com doutorado e livre-docência, todos pela USP. Foi professor titular da USP e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Foi pró-reitor de Pesquisa da USP, diretor do Instituto Butantan e presidente da Comissão Nacional Técnica de Biossegurança (CNTBio) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

É membro do Conselho Superior da Fiocruz. Foi presidente da Fundação Zerbini-Incor. É Doutor Honoris Causa da Universidade Nacional de Inginiería, no Peru, Professor Emérito do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) e da Faculdade de Medicina da USP. É membro da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Nacional de Medicina e da Academia de Ciências do Mundo em Desenvolvimento (TWAS).

É comendador e Grã-Cruz da Ordem do Mérito Científico do Brasil e Grã-Cruz da Ordem do Ipiranga do Estado de São Paulo. É professor sênior da USP, parasitologista, protozoologista, atualmente trabalhando com diversidade, taxonomia, filogenia e evolução de tripanosomatídeos.

Nos últimos 15 anos, tem trabalhado principalmente na Amazônia, África e América do Sul (Venezuela e Colômbia). Passou a dedicar-se como cientista, professor e assessor ao Programa Pro-África, tendo visitado aquele continente anualmente desde 2008.


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