A Congregação do Instituto de Química (IQ), em reunião realizada em 17 de abril, aprovou, por unanimidade, a anulação da decisão do órgão, datada do dia 23 de outubro de 1975, na qual a professora Ana Rosa Kucinski, desaparecida política vítima da ditadura militar, foi demitida da Universidade sob a justificativa de abandono de emprego.
Na mesma tarde em que foi anulada a decisão, o diretor da Unidade, Luiz Henrique Catalani, recebeu o irmão de Ana, o também professor da Universidade, Bernardo Kucinski, para expressar oficialmente o pedido de desculpas do Instituto à família.
“Trata-se de uma decisão histórica, que simboliza o desejo do Instituto sobre a verdade da história de uma colega, cuja vida foi ceifada. O IQ também foi vítima do poder atroz daquele tempo e não poderíamos mais ser vistos como algozes. A Congregação está consciente de que o Instituto foi vítima brutal da repressão da ditadura militar”, destacou Catalani.
Também estiveram presentes à reunião os membros da Comissão da Verdade da USP, professores Walter Colli e Janice Theodoro da Silva. A Comissão havia encaminhado ao Instituto pedido da reversão da demissão, o que já havia sido efetivado pela Reitoria em 1995.
No próximo dia 22 de abril (terça-feira), data que marca os 40 anos de desaparecimento de Ana, o IQ inaugurará um memorial com uma escultura em homenagem à professora. A cerimônia será realizada às 15h, à avenida Prof. Lineu Prestes, 748, na Cidade Universitária, em São Paulo.