A USP recebeu, no dia 4 de maio, a visita do primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, que proferiu uma palestra sobre os rumos da política diplomática do Japão para a América Latina, no Salão Nobre da Faculdade de Direito (FD), em São Paulo. No local, o político japonês foi recebido pelo reitor da Universidade, Carlos Gilberto Carlotti Junior, e pelo diretor da Faculdade, Celso Fernandes Campilongo.
“O Brasil tem grande tradição de relação com o Japão, e nossa Universidade também. Hoje, mais cedo, assinamos um convênio que, em janeiro, prevê a realização de um encontro entre reitores brasileiros e japoneses que, espero, amplie essas relações”, disse Carlotti, na abertura da palestra.
O reitor se referiu à assinatura de uma carta de intenções formalizada entre a USP e a Universidade de Tsukuba que prevê a promoção de uma conferência de reitores das universidades do Brasil e do Japão, em São Paulo, em 2025. O evento terá como objetivo o intercâmbio entre os dois países por meio da colaboração entre indústria, governo e academia e da cooperação em temas globais como proteção ambiental e mudanças climáticas.
O professor sênior da FD, Masato Ninomiya, fez a saudação ao primeiro-ministro, que deu início à palestra contando que a última vez que esteve no Brasil foi em 2013, quando era ministro dos Negócios do Japão. Kishida manifestou sua expectativa de que o acordo assinado mais cedo entre as universidades “promova um intercâmbio acadêmico mais ativo entre nossos países”.
Em sua apresentação, que lotou o auditório da Faculdade com a presença de empresários, imigrantes e descendentes de japoneses, além de membros da comunidade acadêmica, o primeiro-ministro mencionou que São Paulo foi o ponto de chegada dos primeiros imigrantes japoneses no Brasil e falou sobre os esforços do governo japonês para fortalecer os laços econômicos com os países da América Latina e do Caribe. “O Japão tem grandes expectativas, pois esta região tem enorme potencial para a resolução de problemas globais”, afirmou.
O político citou a necessidade de que o mundo supere desafios como a mitigação dos impactos das mudanças climáticas nas populações para que a desigualdade e a pobreza sejam superadas. “As relações econômicas devem ser baseadas na confiança para que se alcance a prosperidade justa. O Japão deve trabalhar em conjunto com os países”, considerou.
Kishida tratou de temas da agenda internacional e falou sobre a necessidade de que as funções da ONU sejam fortalecidas, com a criação de um conselho de segurança que “reflita o mundo de hoje”.
O diretor da Faculdade de Direito, Celso Fernandes Campilongo, fez o encerramento do evento ressaltando que o primeiro-ministro falou muito sobre direitos humanos, dignidade humana e estado de direito, “que são temas afetos à nossa Faculdade. Suas palavras caíram muito bem e espero que sua próxima visita não demore tantos anos”.