
Na tarde de ontem, dia 6 de novembro, Manfredo Harri Tabacniks e Gustavo Alberto Burdman tomaram posse como os novos diretor e vice-diretor do Instituto de Física, respectivamente.
Em seu discurso de posse, Tabacniks enfatizou que uma das principais preocupações da sua gestão é o acolhimento dos estudantes. “A palavra que me ocorre é equidade. Diferentemente de igualdade, que promove a diferenciação de pessoas desiguais, a equidade significa oferecer para cada aluno os meios para alcançar seus objetivos. Alguns querem apenas obter o diploma, outros querem ingressar na pesquisa científica e há os que querem ser professores do segundo grau. Nossa tarefa é reconhecer as necessidades e promover as condições para o desenvolvimento saudável dos nossos estudantes”, explicou.
Em relação à pesquisa, o novo diretor planeja promover uma avaliação crítica das atuais linhas de pesquisa e a prospecção sistemática de novas áreas de atuação. A avaliação poderá servir como subsídio para a política científica do IF e orientar contratações e investimentos em pesquisa. “Somos o maior Instituto de Física da América Latina e temos a maior variedade de linhas de pesquisa. A diversidade é provavelmente nossa maior virtude e é também nosso maior problema, pois tende a diminuir nossa identidade. Portanto, manter nossa diversidade e ao mesmo tempo firmar nossa identidade é um dos nossos desafios para o futuro”, disse Tabacniks.
A cerimônia foi prestigiada por muitos dirigentes da Universidade, ex-diretores do instituto, pesquisadores, estudantes, funcionários e familiares.

Em defesa da Universidade
Um grande desafio apontado pelo novo diretor é divulgar melhor a importância da ciência para o desenvolvimento da sociedade. Segundo ele, “precisamos fortalecer a identidade da USP como instituição de ensino e pesquisa e como centro de produção de conhecimento livre, confiável e acessível para toda a sociedade. Temos que divulgar melhor os nossos resultados para o público leigo”.
“Vivemos momentos bastante difíceis, não só no Brasil, mas em todo o mundo, em que alguns grupos não conseguem entender a importância de uma universidade de pesquisa para o desenvolvimento da sociedade. Mas não podemos desanimar. Temos que nos unir e mostrar nossa competência, provar que sem as instituições de pesquisa o Brasil jamais será um país do futuro”, concordou o reitor Vahan Agopyan.
O dirigente ressaltou que “oferecemos à sociedade paulista uma das melhores universidades do mundo, com condições de ensino e pesquisa equivalentes às de universidades com um orçamento muito maior que o nosso. Temos que ter orgulho do que fazemos e divulgar isso, mostrar à sociedade que fazemos a diferença no Estado de São Paulo”.

Quem são
Manfredo Harri Tabacniks é professor titular do IF, onde exerceu o cargo de vice-diretor entre 2015 e 2019. É mestre em física nuclear e doutor em ciências pela USP. Fez pós-doutorado em ciência de materiais e filmes finos magnéticos no Laboratório de Pesquisa IBM-Almaden, nos Estados Unidos. Entre 1979 e 1990, no IF, desenvolveu pesquisas sobre poluição do ar e aerossóis atmosféricos com a instalação do Método Pixe de Análise Elementar.
Nos anos de 2008 e 2009, colaborou com o Laboratório de Aerossóis, Nebulosidade e Ótica da Universidade de Maryland em estudos experimentais sobre a interação aerossóis e vapor de água. É coordenador do Laboratório de Materiais e Feixes Iônicos no Instituto desde 1996. Seu principal interesse de pesquisa é a interação de íons energéticos (~MeV) na matéria, medidas do poder de freamento, de seção de choque de espalhamento e aplicações para modificação e análise de materiais.
Gustavo Alberto Burdman possui Bacharelado em Física pela Universidade de Buenos Aires e doutorado em Física Teórica pela Universidade de Massachusetts Amherst. É professor titular do IF. Tem experiência na área de física, com ênfase em física das partículas elementares e campos, atuando principalmente nos seguintes temas: modelo padrão da física de partículas, teorias além do modelo padrão, teorias com dimensões extras e origem das massas dos férmions. Em 2008 recebeu o Prêmio da Associação Guggenheim e, no ano seguinte, foi professor visitante na cátedra Ben Lee Fellow no Laboratório Nacional Fermilab.