Para dar visibilidade à violência de gênero que pode ocorrer nas moradias estudantis, o Escritório USP Mulheres e a Superintendência de Assistência Social (SAS) lançaram a campanha educativa Moradias Estudantis sem Violência de Gênero.
Assim como na sociedade, as moradias estudantis – tanto as institucionais quanto as repúblicas de estudantes que se formam no entorno de cidades universitárias – também podem ser ambientes em que essas formas de violência podem se manifestar. Por isso, a ideia da nova campanha é desvelar e nomear as atitudes que caracterizam violência de gênero.
“Na USP, importantes iniciativas vêm sendo desenvolvidas com o objetivo de enfrentar e reverter todas as formas de desigualdade de gênero. É necessário responder de maneira sensível às diversas modalidades de discriminação contra mulheres, por intermédio de ações educativas capazes de promover mudanças culturais de vulto. As ações educativas a respeito dos diferentes tipos de violência contemplados na Lei Maria da Penha exigem um trabalho contínuo e reflexivo de esclarecimento, que pressupõe o diálogo permanente com a comunidade universitária”, explicou a coordenadora do Escritório USP Mulheres, Maria Arminda do Nascimento Arruda.
Maria Arminda afirma que, com o isolamento social e a limitação ao acesso de serviços e recursos por causa da pandemia da covid-19, o aumento da violência doméstica tem sido amplamente noticiado em vários países. Nesse sentido, o Escritório realizou duas campanhas em 2020: uma para conscientizar a comunidade universitária sobre a necessidade de uma justa divisão de tarefas domésticas e de cuidados com familiares, A USP Unida Pela Igualdade de Gênero; e outra, para auxiliar a comunidade universitária na identificação de situações de violência doméstica, A USP Mete a Colher na Violência Doméstica.
Com caráter informativo e educativo, a campanha Moradias Estudantis sem Violência de Gênero conta com seis peças que retratam as modalidades de violência – violência moral, física, sexual, psicológica, patrimonial e racial – em histórias fictícias, inspiradas em relatos de moradoras de residências estudantis, colhidos pelas assistentes sociais da SAS. As peças também orientam sobre como e onde buscar acolhida.
Desde o dia 8 de março, os dirigentes de unidades, órgãos centrais e Prefeituras dos campi estão recebendo os cartazes para divulgação. As peças devem ser encaminhadas aos profissionais que realizam acolhimento aos estudantes, membros das Comissões de Direitos Humanos e moradores das residências estudantis.
Protocolo de atendimento
“A campanha Moradias Estudantis sem Violência de Gênero é um desdobramento do protocolo de atendimento a mulheres vítimas de violência, que sistematiza e uniformiza o atendimento realizado pelas assistentes sociais da SAS para mulheres em situações de violência de gênero na Universidade”, explica o superintendente de Assistência Social, Gerson Yukio Tomanari.
O protocolo foi elaborado pelas SAS, em parceria com o Escritório USP Mulheres, ao longo do ano de 2020, e apresenta orientações sobre acolhimento, encaminhamento e acompanhamento a mulheres da comunidade acadêmica que tenham sofrido violência física, sexual, psicológica, moral ou patrimonial baseadas no gênero, além dos princípios das ações e os procedimentos padrão para o atendimento realizado pelo Serviço Social.
A professora do Instituto Oceanográfico, Marcia Bícego, coordenadora do projeto na Superintendência, ressalta que “a construção do protocolo concretizou uma parceria entre o Escritório USP Mulheres e a SAS e faz parte de um grupo de ações acerca do enfrentamento à violência de gênero contra as mulheres, como a criação de campanhas preventivas e educativas”.
Para agendar um atendimento com as assistentes sociais, acesse o Portal de Serviços Computacionais da USP, selecionando Clique Social. Também é possível solicitar atendimento pelo e-mail atendeviolenciagenero@usp.br.