
A Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP acaba de publicar um edital dedicado às ações afirmativas no Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública. O novo edital disponibiliza 10 vagas para candidatos que façam parte dos seguintes grupos: pessoas pretas, pardas e indígenas; quilombolas; pessoas com deficiência; e pessoas transidentitárias (travestis, transexuais e trangêneres). Cada um dos grupos possui seu critério de comprovação, todos descritos no edital completo, que também detalha as três etapas do processo seletivo.
O período de inscrições começou no dia 12 de agosto e se encerra no dia 20 de setembro. A taxa de inscrição para o edital de ações afirmativas é de R$ 50, e se destaca por ser mais acessível que a regular, que é de R$ 200. Os candidatos podem solicitar isenção em ambos.
No mês passado, a FSP divulgou o edital regular, com 50 vagas para o Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública. O programa é um dos mais antigos da área e considerado de excelência, tendo sido avaliado com conceito 6 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), no último quadriênio.
Transformação da Universidade
A iniciativa inédita no Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública pode ser considerada um novo passo rumo à inclusão e equidade na unidade e na Universidade como um todo, que agora conta com a nova Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) para ampliar suas ações.

Atualmente, de acordo com o censo de ingressantes feito pela FSP, nos seis programas de pós-graduação da unidade, 30,6% dos estudantes são autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI). A professora do Departamento de Política, Gestão e Saúde e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da FSP, Aylene Bousquat, ressalta a importância do edital. “É uma discussão importante na Universidade, de como adequar os processos para garantir que grupos de pessoas historicamente excluídas do ambiente acadêmico possam ter acesso a esse tipo de programa. Estamos dando essa mensagem de que esses estudantes são bem-vindos.”
A professora também destaca as inspirações no processo de criação, aprovado pela comissão coordenadora da pós-graduação, que conta com representação discente. “Observamos a política bem-sucedida na graduação, analisamos experiências de fora e, principalmente, as experiências de outros programas na USP”, analisa.
O processo de inclusão está em evolução na Universidade desde a implementação das políticas afirmativas na graduação, e vem ano a ano atingindo resultados impactantes. Em 2021, com mais de 50% dos ingressantes oriundos de escolas públicas, a USP atingiu seu maior porcentual. Dentre esses estudantes, 44,1% são autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI), também o maior número.
Saiba mais:
Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública – Ações Afirmativas – para ingresso no primeiro semestre de 2023: https://www.fsp.usp.br/site/wp-content/uploads/2022/08/2022-2-ppgsp-editalacoesafirmativas.pdf