Estudantes organizam coletivo que promete levar grafite para espaços da USP

Por Camilly Rosaboni*

Fotomontagem: **Jornal da USP** – Fotos: kues1/Freepik e Uspixo

Estudantes de diversos campi da USP participam do Circuito Universitário de Cultura e Arte (CUCA) da USP, que promove atividades relacionadas ao Hip Hop, como o Slam Marginal e a Batalha da USP. No dia 23 de setembro, o grupo vai realizar a primeira intervenção do coletivo de grafite Uspixo, na Escola de Enfermagem (EE) da USP, às 10 horas. A proposta do evento é realizar oficinas e mutirões de grafite e pixo na universidade. A atividade é aberta a qualquer pessoa interessada, sendo necessário apresentar um documento oficial com foto, para que a entrada na USP seja autorizada.

A ação surgiu da necessidade de incluir a arte de rua e a cultura Hip Hop nos espaços acadêmicos. “A proposta é organizar projetos em torno das muitas linguagens do movimento Hip Hop, colocando a cultura periférica para dentro dos campi e produzindo conhecimento a partir disso”, afirma Bruno Santos, estudante de Gestão Ambiental da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP e integrante do CUCA.

O novo coletivo contempla estudantes da Cidade Universitária no Butantã, EACH, Faculdade de Direito (FD) e do Quadrilátero da Saúde (que reúne a Escola de Enfermagem/EE, a Faculdade de Medicina/FM e a Faculdade de Saúde Pública/FSP), além de poetas e artistas do quadro discente da Universidade.

Segundo os organizadores, as intervenções vão ocorrer em espaços de vivência estudantil, cujas zeladorias ficam a cargo dos centros e diretórios acadêmicos de cada curso. Mesmo assim, eles ressaltam que “as direções dos mais variados campi serão previamente comunicadas sobre a realização das oficinas”.

Novo coletivo oferece oficinas de grafite e pixo nos campi da USP – Foto: Uspixo

Programação

As oficinas serão ministradas por artistas de rua de dentro e fora da USP, buscando introduzir a cultura para aqueles que não a conhecem, além de permitir o compartilhamento de experiências. Entre os temas a serem discutidos, estão:

O contexto histórico do grafite no Brasil e no mundo;
A relação do grafite com o Hip Hop e os valores por trás de suas manifestações;
As técnicas utilizadas na arte, como a criação das tags, estilização de letras, elementos da pintura e manuseio dos materiais.

No momento, a aquisição do material a ser utilizado nas oficinas vem sendo feita a partir do apoio do CUCA, do Núcleo Helenira Rezende e da União Estadual dos Estudantes (UEE) de São Paulo.

Os organizadores ressaltam que a primeira oficina de grafite vai ocorrer em meio à greve dos estudantes na USP, portanto “se a Universidade é território cultural, a resistência também será artística”, afirmam eles.