
Nesta quarta-feira (14), às 19 horas, no Centro de Preservação Cultural – Casa de Dona Yayá, da USP, acontece o encontro Conversa Com Pesquisadores: Bixiga: patrimônio e cidade. O evento reunirá dois pesquisadores da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP: Adriana Terra, mestre em estudos culturais, e Diego Vargas, doutorando em Mudança Social e Participação Política.
Ambos irão discutir a memória negra, nordestina e italiana no dia a dia do Bixiga por meio de suas pesquisas em torno das relações de pertencimento e construção das identidades ali desenvolvidas, e as disputas acerca da memória e do esquecimento no bairro. O objetivo do encontro é discutir a memória deste espaço na cidade de São Paulo e celebrar os 20 anos do tombamento do bairro por meio do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental.
A região da cidade de São Paulo conhecida como Bixiga possui um patrimônio cultural indiscutível. Situado na Bela Vista, o lugar é conhecido por ser o bairro mais italiano da cidade devido à chegada dos imigrantes. Contudo, também foi marcado fortemente por ter abrigado um dos mais antigos quilombos no centro da cidade, o Quilombo Saracura.
Abrigando a resistência de diversas populações ali estabelecidas, o espaço reflete a construção da memória na cidade. Hoje, a resistência é para que o lugar permaneça cumprindo seu papel na arquitetura paulistana, uma vez que coletivos negros, como o coletivo Saracura Vai-Vai, lutam pela preservação do bairro e consolidação da sua importância histórica.
Atualmente, na região, uma nova estação de Metrô está sendo construída, a Estação 14 Bis que pertencerá à Linha 6 – laranja. São muitas as disputas em torno dos significados que o bairro possui, sejam as tradições italianas, a luta negra ou até mesmo a imigração nordestina.
Centro de Preservação Cultural
Localizado no Bixiga, o centro é um órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) da USP com a missão de promover ações e reflexões em torno do patrimônio cultural universitário.
A respeito de sua arquitetura, da história do bairro e da personagem Dona Yayá, o lugar desenvolve atividades de extensão para que possa estreitar as relações da Universidade com o bairro da Bela Vista, em particular, e com a sociedade em geral.
Devido ao seu valor como bem cultural e lugar de memória, a Casa de Dona Yayá é tombada pelo Estado de São Paulo desde 1998, e pelo município, desde 2002.
Saiba mais: cpcpublic@usp.br
* Com informações da Assessoria de Comunicação do Centro de Preservação Cultural – Casa de Dona Yayá