
Figura Humana – peça que o Teatro da USP (Tusp) apresenta a partir desta quinta-feira, dia 25 – se baseia no manifesto Homem e Figura Artística, divulgado em 1925 pelo pintor e professor alemão Oskar Schlemmer (1888-1943), da Staatliches Bauhaus, a famosa escola de arte localizada em Weimar, na Alemanha. Schlemmer é autor do Triadisches Ballett (“Balé Triádico”), encenado em 1922, em Stuttgart, na Alemanha, uma produção considerada vanguardista por explorar de maneira inovadora as relações entre o corpo e o espaço. Figura Humana é o décimo trabalho do Programa Tercer Abstracto, que desde 2012 reúne artistas do Chile e do Brasil.

A peça mergulha nas regras de composição cênica do gesto, do espaço e do tempo para questionar como a figura humana se relaciona com esses elementos e constrói realidades por meio do trabalho gestual e compositivo, conforme nota divulgada pela assessoria de imprensa do programa. “Figura Humana convida o público a enxergar o teatro como se fosse um laboratório, a partir de vários questionamentos que percorreram a construção da peça. Como se forma e se deforma algo? Como se informa e se transforma algo? Quais as relações que a figura humana estabelece consigo mesma e com outras figuras humanas? Qual sua gramática? O que acontece quando a figura humana se relaciona com o espaço, com o tempo e com o seu contexto?”
O projeto tem à frente o diretor chileno David Atencio e o ator e dramaturgo brasileiro Mateus Fávero. A pesquisa usa a descrição do plano cênico para criar uma peça que trata da feitura do teatro, como um passo a passo da construção da cena, com uma proposta que transita entre a linguagem do teatro, da dança e da matemática, ainda de acordo com a nota. “Em cena, o conjunto de corpos escreve sobre o espaço, as linhas de tensões do interior e exterior e também como lidamos com o tempo: demonstramos a repetição, a dilatação do tempo, a pausa, que influenciam na percepção do espectador”, afirma Atencio.
Segundo Atencio, o espetáculo evoca dois movimentos sociais que se relacionam com as lutas das figuras humanas como mobilizadoras da arquitetura social: as manifestações do Chile em 2019 e o Carnaval. Para o diretor, os dois eventos mostram a capacidade dos corpos de se manifestar. “A trilha sonora também é um grande som que vai reconstruindo a música Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua, de 1973, do compositor capixaba Sérgio Sampaio.”
A peça Figura Humana, do Programa Tercer Abstracto, fica em cartaz de 25 a 28 de maio e de 8 a 18 de junho, de quinta-feira a sábado, às 20 horas, e domingo, às 19 horas, no Teatro da USP (Rua do Anfiteatro, 109, Cidade Universitária, em São Paulo). Entrada grátis. Os ingressos serão distribuídos uma hora antes do espetáculo, mas podem ser reservados na plataforma Sympla através deste link.
