Quase três mil fósseis em estado excepcional de conservação estão em exposição no Museu do Geociências da USP. Originários da bacia do Araripe, no Ceará, eles foram apreendidos pela Polícia Federal em 2014, quando seriam contrabandeados internacionalmente. A exposição “Fósseis do Araripe” foi inaugurada no dia 14 de dezembro e deve ficar em cartaz até o fim de 2018. A coleção inclui fósseis de um pterossauro completo, peixes, jacarés e penas. O pterossauro é um Tupandactylus navigan. Trata-se da única peça existente no mundo com o esqueleto completo.
“Essa apreensão da Polícia Federal, essa exposição e essas pesquisas que estão sendo realizadas aqui, na Unifesp e na Unesp são uma forma que nós temos de tomar posse da nossa história”, afirma o paleontólogo Luiz Eduardo Anelli, professor do Instituto de Geociências (IGc) da USP.
A bacia do Araripe é uma região rica em fósseis de variados tipos. Já foram encontrados fósseis de peixes, tartarugas, lagartos, crocodilos, pterossauros e até mesmo de penas. “É um dos lugares mais importantes do mundo em termos de fósseis, de preservação e diversidade. Por isso é um lugar tão visado pelo tráfico internacional de fósseis”, diz Juliana Leme, também paleontóloga e professora do IGc.
A USP é depositária do material do Araripe desde 2014. Além de serem objetos de pesquisas já em andamento, os fósseis trazem valiosas informações sobre a pré-história brasileira.
As penas fossilizadas, por exemplo, despertam interesse porque são muito raras. “Elas (as penas) são tecidos moles e raramente se preservam no registro geológico”, explica o palentólogo Gustavo Prado.
Serviço
Exposição “Fósseis do Araripe”
Horário para visitas: segunda a sexta-feira, das 9h às 17h
Local: Museu de Geociências (Rua do Lago, 562 – Cidade Universitária – São Paulo)