15 mil estudantes participam de pesquisa sobre desenvolvimento socioemocional

Estudo quer entender a relação entre habilidades socioemocionais e os resultados escolares para o desenvolvimento dos alunos

 23/07/2019 - Publicado há 5 anos     Atualizado: 25/07/2019 as 10:27
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Além das habilidades cognitivas, serão avaliados aspectos como empatia, resiliência, organização, abertura a novas experiências e autoestima – Foto: Daniel Guimarães/SEE SP

Estudantes de 3ª e 4ª anos de escolas públicas e privadas de Ribeirão Preto vão participar de um estudo que busca avaliar as habilidades socioemocionais, ou seja, não cognitivo, que são um conjunto de competências desenvolvidas a partir das relações com outras pessoas e consigo mesmo, como, por exemplo, empatia, resiliência, organização, abertura a novas experiência e alto-estima.

Os pesquisadores do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Economia Social (Lepes), vinculado à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, querem descrever a realidade dos estudantes de Ribeirão Preto e entender a fundo a relação das características socioemocionais com resultados escolares e outros fatores importantes para a formação dos jovens como alunos e cidadãos.

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A literatura científica já possui resultados importantes sobre o papel das habilidades não cognitivas para o aprendizado e para o melhor desempenho acadêmico e inserção de jovens no mercado de trabalho. Além do estudo sobre as habilidades socioemocionais, a pesquisa também fará avaliações das habilidades cognitivas, como a proficiência em língua portuguesa e matemática.

A pesquisa pretende alcançar mais de 15 mil crianças das 30 escolas públicas municipais, 39 estaduais, além de, pelo menos, 44 escolas particulares das atualmente 70 que oferecem o ensino fundamental I. Segundo os pesquisadores, as aplicações serão feitas em tablets com questões de conteúdo em português, matemática e habilidades socioemocionais.

Além da avaliação das crianças, será solicitado que os professores responsáveis por cada turma respondam a um questionário sobre expectativas criadas no contexto escolar e a transição da Base Nacional Comum Curricular. As aplicações acontecerão entre os meses de agosto e outubro deste ano.

O projeto é coordenado pelos professores Luiz Guilherme Scorzafave e Daniel dos Santos, ambos da FEA-RP, e Maria da Conceição Saraiva, da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da USP, e conta, ainda, com a colaboração da equipe do Lepes.

O instrumento de avaliação socioambiental

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A pesquisa será feita com aplicação de um questionário baseado no instrumento SENNA, sistema de mensuração de características socioemocionais dos estudantes brasileiros que foi desenvolvido pelo Lepes,  em parceria com o Instituto Ayrton Senna e o Edulab 21, também vinculados ao Instituto. 

O instrumento faz a mensuração de competências socioemocionais nas redes de ensino, por meio da avaliação e acompanhamento de competências para a vida. Surgiu para apoiar educadores e gestores  e contribuir para a criação e a qualificação de políticas públicas adaptativas para a promoção da educação integral. 

As escolas que participarem do estudo vão receber o selo Escola Amiga da Ciência, criado pelo Lepes, como forma de reconhecimento e agradecimento às escolas participantes. O selo foi criado para essa pesquisa e serve de estímulo para mais  escolas aderirem à pesquisa. Ao todo, 69 escolas públicas participarão da pesquisa por meio da parceria com as secretarias municipal e estadual de Educação e mais escolas privadas da cidade estão aderindo ao projeto. 

Lepes

O Lepes foi criado em 2011 pelos professores Santos, Scorzafave e, ainda, a professora Elaine Pazello, que também é da FEA-RP, com o objetivo de desenvolver pesquisas e fazer avaliações de impacto de políticas sociais e programas específicos das áreas de desenvolvimento infantil, desenvolvimento socioemocional, gestão escolar e violência e criminalidade. A ideia é expandir a fronteira do conhecimento e trabalhar para a melhor formulação de políticas públicas.

Para isso, faz parcerias e desenvolve projetos para diversas instituições no Brasil e internacionais, como, por exemplo, o Instituto Ayrton Senna e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O primeiro trabalho do grupo foi elaborar o questionário do Jovem Cientista para o Instituto Unibanco, em 2011.

Mais informações podem ser obtidas no site do laboratório.


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