A iniciativa de três ex-alunos do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, Fernando Maluf, Maria Amélia Oliva Dotta e Fernanda Cristina Costa, resultou na criação, em 2014, da empresa Cellco, dedicada à pesquisa, consultoria e distribuição de reagentes para biotecnologia. A empresa foi viabilizada em um convênio com a USP, tendo como coordenador o professor Rafael Guido, do IFSC e membro do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
A insegurança em investirem em algo tão novo no País e a cascata de burocracias desanimaram esses três amigos logo nos primeiros passos para fundar a companhia. “Os obstáculos para abrir a empresa foram tão grandes, que nos deixaram perdidos. Não tínhamos amparo ou estratégia. Não desistimos, mas não conseguimos seguir em frente com essa ideia naquele momento”, conta Fernando Maluf.
Em 2012, durante uma visita à Jena Bioscience companhia alemã fundada em 1998 por cientistas do Instituto Max-Planck Dortmund (Alemanha) – que produz e fornece reagentes para laboratórios de pesquisa e indústrias farmacêuticas de vários países –, veio então a ideia de empreender na área de biotecnologia. Naquela ocasião, Maluf e Fernanda tiveram a oportunidade de conhecer e estagiar nessa indústria e também de conversar com o CEO da companhia, Mathias Grün. “Nesse encontro, Mathias que comentou que tínhamos ótimas oportunidades para explorar no Brasil e que a Jena Bioscience poderia dar suporte para abrirmos nossa empresa”.
Em 2014, os três amigos decidiram retomar a ideia empreendedora e concretizar a empreitada de abrir a Cellco. “Nos comprometemos a descartar a ideia apenas quando ela de fato não desse certo”, relembra Maluf. Em fevereiro de 2014, Mathias veio ao Brasil, onde conversou com os egressos do IFSC, deu o suporte que havia oferecido meses antes e embarcou no sonho desses três amigos. A vinda do fundador da Jena Bioscience e o empenho dos jovens empreendedores resultaram na incubação da Cellco no Parqtec, em São Carlos, em novembro de 2014.
No início, a empresa se dedicava estritamente ao desenvolvimento de pesquisa e à consultoria na área de ciências da vida, propondo oferecer sua expertise para auxiliar pesquisadores em seus projetos. “Ao invés de o pesquisador se deslocar para fazer uma clonagem [etapa simples, porém indispensável em muitos projetos], por exemplo, nós próprios nos oferecemos para desenvolver essa fase dos estudos, terceirizando o trabalho”, explica Maluf.
Atualmente, além de consultorias e prestação de serviços, a Cellco tem se dedicado ao desenvolvimento de enzimas e reagentes de uso aplicado em pesquisa na academia e na indústria com resultados promissores, que deram origem a protótipos que serão produzidos e comercializados em breve. Uma dessas enzimas, inclusive, passou por avaliação de qualidade feita pela Jena Bioscience, tendo se mostrado superior àquelas já comercializadas.
Recentemente, após quase dois anos de espera, a empresa obteve uma licença ambiental que libera a produção e comercialização de suas enzimas. Além disso, a jovem companhia representa com exclusividade a marca Jena BioScience no Brasil, objetivando, também, produzir e fornecer reagentes para laboratórios do Brasil e de outros países, em especial, aos da América Latina.
Da Assessoria de Comunicação do IFSC