
Hábito comum entre os brasileiros, a automedicação preocupa especialistas da área em todo o mundo devido aos prejuízos à saúde daqueles que se medicam sem orientação profissional. Como o combate à automedicação depende de educação e informação, a digitalização das bulas e receitas médicas pode auxiliar os profissionais da saúde na difusão dessas informações. O argumento é do farmacêutico Vinicius Detoni, pós-graduando da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP.
As tecnologias são fundamentais “para educar a população sobre os prejuízos da automedicação”, afirma Detoni sobre o dever dos profissionais da saúde em “estimular ações educativas sobre o uso racional de medicamentos, para combater o problema da automedicação” e quanto ao uso de recursos, como bulas e receitas digitais que podem “facilitar o trabalho de difusão de informações para toda a população”.
Para aqueles que acreditam no contrário, o farmacêutico assegura que bula e receita digital não devem “potencializar a automedicação, já que o paciente terá que passar pelos mesmos procedimentos e processos da consulta médica para conseguir a receita, e a bula manterá as mesmas informações e estrutura da bula original, presente na embalagem do medicamento”.
Regulamentação e uso dos documentos digitais

Em maio deste ano foi sancionada a lei federal 14.338, que regula a bula eletrônica de medicamentos. Detoni informa que a lei inclui um QR Code nas embalagens de remédios para direcionar a um link on-line oficial e regulado por vigilâncias sanitárias com informações sobre dosagem, posologia e validade do produto, por exemplo. Além disso, esclarece que a bula física continuará sendo utilizada, atuando em conjunto com a eletrônica, ampliando meios informacionais e acessibilidade da bula de medicamentos tradicionais.
Quanto à receita digital, o uso do recurso foi impulsionado pela pandemia de covid-19, que gerou sobrecarga das unidades de saúde no País. A tecnologia também garante mais acessibilidade e, segundo Detoni, é segura e fiscalizada por meios oficiais e órgãos responsáveis pelos documentos digitais, além da necessidade de prescrição por um médico, assim como a receita tradicional.
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