As exportações brasileiras caíram entre os principais parceiros comerciais do País. Entre março de 2019 e fevereiro de 2020, houve queda das exportações para China, Estados Unidos e Argentina, de -6,7%, -4,2% e -31,9%, respectivamente. Houve aumento apenas nas exportações para o Japão, de 17,1%.
Os dados são do Boletim Comércio Exterior de março de 2020, dos pesquisadores Eduardo Teixeira e Pedro Roveri, coordenados pelo professor Luciano Nakabashi, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP.
As exportações para a China atingiram o valor de US$ 63,02 bilhões. A queda de 6,7% pode ser explicada pela redução nas vendas de óleos brutos de petróleo ou de petróleo e de minério de ferro. O principal produto exportado para a China foi a soja, a qual também sofreu redução.
O valor das exportações para os Estados Unidos foi de US$ 28,6 bilhões, sendo o principal produto exportado óleos brutos de petróleo (-64,15%). Para a Argentina, a queda foi impulsionada pela redução de minérios de ferro. Já para o Japão as exportações atingiram o valor de US$ 5,33 bilhões, sendo impulsionado pelo aumento nas exportações de milho.
De acordo com os pesquisadores, a queda nas exportações brasileiras foi fortemente influenciada por fatores externos: “Influenciaram os resultados a crise econômica na Argentina, a crise suína, tensões comerciais entre Estados Unidos e China que enfraqueceram o comércio internacional, os acordos comerciais entre os dois países, que atingiram as exportações de carne e soja para a China, além da forte retração da economia chinesa nos primeiros meses de 2020 devido à crise ocasionada pelo novo coronavírus”.
No mesmo período, o Estado de São Paulo também teve queda nas exportações para todos os países, exceto Estados Unidos, cujo valor apresentou elevação de 5,8% decorrente das vendas de álcool etílico.
Por Leonardo Rezende