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Hoje, quarta-feira (20), acontece a posse de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos. O evento, antes festivo, este ano ocorre de maneira atípica. No país com o maior número de mortes pelo coronavírus, a recém-invasão do Capitólio e a recusa de Trump em participar da cerimônia provocam tensões em um momento tão simbólico para a democracia. 

Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1º Edição, o doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina (Prolam) da USP, Alexandre Figueiredo, discute sobre a posse de Biden, os desafios que ele irá enfrentar como novo presidente dos Estados Unidos, além do processo de impeachment do agora ex-presidente Donald Trump. 

O especialista aponta que o principal desafio interno para o novo mandato será lidar com a pandemia e solucionar a recessão financeira deixada por ela. “Essa crise atual passa, necessariamente, pela liderança do Biden ser capaz de equacionar esse problema e conseguir conter, ou pelo menos diminuir, o poço que separa o país hoje.” 

Em relação à política externa, ela irá se destoar da realizada pelo presidente anterior, pois “o próprio Trump se distanciou da linha histórica da democracia norte-americana”. Dessa forma, o especialista prevê, para os próximos dias, que Biden realizará uma série de decretos executivos para reverter algumas medidas de Trump, como a criação do muro na divisa do México e a saída do Acordo de Paris. 

Enquanto Biden assume o cargo da presidência, o processo de impeachment de Trump segue para o Senado norte-americano, o que o especialista defende ser outro momento inusitado para o país. “Porque acontecerá contra um presidente que já não está no cargo. A grande punição do impeachment, que seria a perda do mandato, está afastada. Mas ele segue adiante na perspectiva de tornar Trump inelegível.”