O número assusta: 70,8 milhões de pessoas foram forçadas a deixar seus locais de origem por diferentes tipos de conflito no ano passado. Desses, 25,9 milhões são refugiados e outros 3,5 milhões solicitaram reconhecimento da condição de refugiados e aguardam decisão.
Os dados são do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Síria, Afeganistão e Sudão do Sul são responsáveis por cerca de 67% de todos os refugiados do mundo. Na outra ponta, Turquia, Paquistão e Uganda são os países que mais acolheram refugiados. Na América Latina, os países com maior movimento migratório nos últimos anos são El Salvador, Guatemala, Honduras, Haiti e Venezuela.
O Brasil entrou no radar dos povos que têm buscado refúgio. Existem no País, oficialmente, 11.231 refugiados, mas a fila de espera é grande. São 161 mil e 57 solicitações de refugiados em trâmite, segundo o Comitê Nacional para Refugiados e a Polícia Federal. Embora a crise em países vizinhos, como a Venezuela e a Bolívia, tenha aumentado a procura por refúgio nas fronteiras do País, a Síria ainda é a nacionalidade de 51% dos refugiados no Brasil.
A professora Cynthia Soares Carneiro, da Faculdade de Direito da USP em Ribeirão Preto, integra o grupo de Estudos Migratórios e Direitos dos Trabalhadores Estrangeiros no Brasil. Para ela, a situação dos refugiados requer atenção especial porque existem gargalos na legislação que dificultam a classificação de migrantes como refugiados. A professora fala que, apesar das dificuldades, há novidades em relação ao Brasil que passou a adotar a violação dos direitos humanos para reconhecimento da condição de refugiado.
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