O professor José Álvaro Moisés comentou as consequências do resultado da votação que arquivou a denúncia de corrupção passiva feita pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, contra Michel Temer, realizada na Câmara dos Deputados no início do mês. O presidente precisava de 172 votos para evitar que a denúncia fosse encaminhada à análise do Supremo Tribunal Federal (STF), mas conseguiu 263. Agora, a acusação só poderá ser examinada pelo STF depois que ele deixar o cargo.
Alguns analistas avaliam o desfecho da votação como uma vitória política do presidente na Câmara, mas Moisés apontou a necessidade de “reexaminar a questão”. Segundo ele, é preciso considerar a capacidade de Temer em “recompor sua base aliada, que demonstrou várias contradições e insuficiências, no sentido de assegurar uma maioria para votar a Reforma da Previdência e como vai reagir diante da possibilidade de uma nova denúncia”, a ser apresentada por Rodrigo Janot.
Ele também ressalta que o resultado na Câmara não “dissipou a crise política”, lembrando o baixíssimo índice de aprovação do presidente pela população: apenas 5%, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, divulgada em julho deste ano. Ouça a opinião de José Álvaro Moisés, na coluna “A Qualidade da Democracia” desta semana.