Um grupo de cientistas se organizou através de um consórcio internacional e propôs a construção de um radiotelescópio, que pode fornecer detalhes da distribuição de matéria no universo e informações valiosas sobre a parte escura. O Jornal da USP no Ar conversou com o professor Élcio Abdalla, do Departamento de Física-Matemática do Instituto de Física (IF) da USP, que esclareceu mais sobre esse projeto.
Abdalla, que está coordenando o grupo brasileiro, revela que a ideia do projeto surgiu da busca dos cientistas há mais de 20 anos a respeito das características da massa escura do universo, que representa cerca de 95%. O professor conta que há seis anos foi contatado por um grupo de Manchester, da Inglaterra, que propôs uma maneira mais delicada de fazer um mapeamento de distribuição da matéria.

O radiotelescópio será instalado na Serra do Urubu, na região de Aguiar, na Paraíba. Segundo Abdalla, a escolha foi minuciosa, já que a intenção era evitar interferências externas, o que levou à escolha de uma região silenciosa na América do Sul.
A construção do radiotelescópio fará o mapeamento do hidrogênio neutro no universo. Como estrutura, terá uma astroantena de 40 metros de altitude com dois espelhos, operando como um telescópio de trânsito. Foram investidos cerca de 5 milhões de dólares e está previsto que os primeiros dados possam ser conseguidos em meados de 2020.
Jornal da USP no Ar, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
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