Há algumas semanas, os líderes da Coreia do Norte, Kim-Jong-un, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vêm trocando provocações e fazendo demonstrações de poder. Durante o desfile de aniversário de 105 anos do fundador do país, a Coreia do Norte exibiu um poderoso arsenal militar que causou preocupação. Do outro lado, os Estados Unidos anunciaram o envio de um porta-aviões para a península da Coreia. A Coreia do Sul também tem demonstrado preocupação com a movimentação da vizinha do norte, que já realizou diversos testes com mísseis e bombas em territórios próximos.
Os dois países trocam provocações desde a ocupação do território norte-coreano pela então União Soviética, durante o período da guerra fria. Entretanto, nos últimos meses as demonstrações de poder têm ganhado intensidade, algo que pode ter explicação na própria personalidade de ambos os líderes, segundo o especialista em Ásia e pesquisador do Núcleo de Pesquisas em Relações Internacionais da USP, Alexandre Uehara.

“De um lado tem o Kim Jong-un, que desde que assumiu o poder tem tido ações bastante provocativas com a comunidade internacional, de outro tem a própria personalidade do Trump. O governo Obama também trocava provocações com a Coreia do Norte, mas o novo presidente tem feito de uma forma tão incisiva, que praticamente exige uma resposta do líder norte-coreano”, explica Uehara.
As esperanças da comunidade internacional é de que essa tensão não passe de demonstrações de poder e não terminem em um conflito direto entre as duas nações, pois diversos países seriam atingidos. Uma possível guerra entre eles também envolveria a China, a Coreia do Sul e o Japão. “Seriam as três maiores potências mundiais, Estados Unidos, China e Japão, em um conflito que afetaria não só a região da Ásia como a comunidade internacional como um todo”.