Devido ao êxodo rural, principalmente na África e na Ásia, onde suas populações majoritárias habitam zonas rurais, o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas apresentou um relatório com as previsões para a urbanização mundial. Segundo o estudo, em 2050, 68% da população mundial viverá em centros urbanos, equivalente a 2,5 bilhões de pessoas. Sobre os impactos desse fenômeno, o Jornal da USP no Ar conversa com João Sette Whitaker Ferreira, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e coordenador do grupo de estudos Políticas Públicas para a Metrópole, do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP.

Ferreira acredita que, como já houve no continente americano, a urbanização é uma tendência irreversível e por isso ela não é em si um problema. O que pode ser prejudicial é quando ela não é planejada. O surgimento das favelas é o grande exemplo desse fenômeno.
Sustentabilidade é um dos tópicos mais mencionados nas grandes conferências internacionais quando o tema é urbanização. No entanto, o professor afirma que, para uma cidade ser sustentável, ela precisa ser inevitavelmente igualitária, o que faz com que políticas públicas sejam imprescindivelmente homogêneas.
O especialista ressalta que a desigualdade social vinculada ao aumento populacional não impactará apenas as classes mais baixas, mas a sociedade inteira sofrerá com suas consequências.
Jornal da USP no Ar, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93,7, em Ribeirão Preto FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular. Você pode ouvir a entrevista completa no player acima.