Sistema Interligado Nacional distribui a energia das hidrelétricas por todo o País

Fernando de Lima Caneppele conta que a construção do sistema aconteceu porque a matriz energética do Brasil é principalmente hidrelétrica, que depende de corpos d’água muitas vezes longe dos centros urbanos

 11/06/2024 - Publicado há 1 mês
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O transporte de energia elétrica é feito através de linhas de transmissão e distribuição em grandes torres – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
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Já parou para pensar no caminho que a energia elétrica produzida em usinas por todo o País traça até chegar na sua casa? Os fios, transformadores e estações de distribuição são todos interligados por meio do Sistema Interligado Nacional (SIN). O professor Fernando de Lima Caneppele, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, explica melhor esse sistema de tamanho colossal, que é dividido em quatro subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte. “Sua capacidade de geração está em cerca de 200 GH e abrange aproximadamente 180 mil km de linhas de transmissão. Embora a potência instalada seja menor quando comparada com países como China e Estados Unidos, o SIN ainda figura como um dos maiores sistemas. Sua extensão seria suficiente para cobrir uma grande parte da Europa Ocidental”, explica Caneppele.

Fernando de Lima Caneppele – Foto: Arquivo Pessoal

Vantagem logística

Ele acrescenta que a construção do sistema aconteceu porque a matriz energética do Brasil é principalmente hidrelétrica, que depende de corpos d’água muitas vezes longe dos centros urbanos. “A energia das grandes hidrelétricas nem sempre é produzida próxima aos grandes centros de consumo. Dessa forma, redes robustas de transmissão foram construídas para transmitir esses blocos de energia. Logo se percebeu a vantagem de interconectar o sistema, assim a possível sobra de energia de um subsistema pode ser direcionada a outros com falta de energia.” 

Expansão do SIN

As usinas termoelétricas, embora minoritárias na produção de energia brasileira, ainda são utilizadas principalmente em períodos de pico e de estiagem dos rios. Segundo Caneppele, para emitir cada vez menos poluentes advindos da queima de combustíveis fósseis é preciso que haja uma expansão do Sistema Interligado Nacional.

“O governo prevê a necessidade de uma expansão do SIN, principalmente para reforçar as conexões entre a região Nordeste e as regiões Sudeste e Centro-Oeste, por onde deve fluir uma considerável parcela de energia eólica e solar. A estimativa do Ministério de Minas e Energia é de cerca de 15 mil km de novas linhas até 2032, com investimento estimado em R$ 50 bilhões”, conclui Caneppele.


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