Em sua última coluna do ano, o cientista político José Álvaro Moisés trata da reforma da Previdência. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, anunciou que a reforma só vai ser colocada em votação em fevereiro de 2018, mais precisamente depois do Carnaval. Para Álvaro Moisés, “isso significa que, num certo sentido, o governo, que tem se definido como um governo reformista, acabou não tendo condições de manter a sua coordenação para realizar essa reforma ainda em 2017”. O colunista lembra que há toda uma argumentação, segundo a qual o fato de a votação da proposta ser retardada pode causar graves prejuízos em tempos de retomada da economia.
O colunista observa ainda que a proposta de reforma “foi sendo relativamente desidratada ao longo das negociações”. Para ele, a decisão do governo em atenuar a proposta de reforma e de enviá-la para exame só em fevereiro tem a ver com o receio da base governista de que votá-la agora seria colocar em risco as candidaturas para 2018. Com isso, não há garantia de que a proposta será aprovada, apesar de o governo ter aberto uma série de concessões.