Políticas públicas podem assegurar o envelhecimento ativo da população idosa

A professora Marisa Accioly fala sobre o Programa SP Amigo do Idoso, que tem diversas iniciativas para atender pessoas idosas com o objetivo de garantir o envelhecimento ativo

 07/12/2022 - Publicado há 2 anos
O primeiro critério para obtenção do selo é ter um conselho de idosos no município – Foto: Reprodução/Freepik
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O Estado de São Paulo possui 298 municípios com Selo Paulista de Longevidade. O Programa SP Amigo do Idoso tem diversas iniciativas para atender pessoas idosas, com o objetivo de garantir o envelhecimento ativo e assistir da melhor forma possível essa parcela da população, em especial os menos favorecidos.

Marisa Accioly – Foto: FAPESP

O programa existe desde 2012 e conta com 183 equipamentos, 115 Centros de Convivência do Idoso, com capacidade de até 200 pessoas e 68 Centros Dia do Idoso, com capacidade de atender até 50 pessoas. A professora Marisa Accioly, do curso de graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, indica: “Nós estamos cada vez mais aderindo a essa proposta que está em consonância com a política do envelhecimento ativo e com todas as metas definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”.

De acordo com ela, os municípios que possuem o selo têm um atendimento mais qualificado e profissionais mais capacitados no trato com o idoso. Mas, para aprimorar essas questões, é importante que mais municípios façam a adesão, desse modo existe uma série de critérios definidos para a obtenção do credenciamento.

O primeiro critério para obtenção do selo é ter um conselho de idosos no município. “No município de São Paulo já existe um há muito tempo, no Estado de São Paulo também, mas cada município precisa de um conselho”, comenta a professora. Além disso, existem outras etapas que credenciam as cidades com o selo inicial, intermediário ou pleno. Algumas metas, como a quantidade de idosos cadastrados e o oferecimento de assistência, influenciam.

Participação popular

Outro fator importante mencionado por Marisa é a atuação da população para reivindicar melhores condições para os idosos. “Cobrem os representantes dos seus municípios sobre a necessidade desse engajamento em relação àquilo que é necessário. O protagonismo da pessoa idosa é expresso pelo conselho de idosos, ele é central, porque são as demandas expressas por essas pessoas”, aponta.

A política do envelhecimento ativo é fundamental para a manutenção da saúde e bem-estar do idoso. O envelhecimento saudável preconiza a pessoa idosa nas atividades da comunidade, ou seja, participando integralmente do município. Os centros de convivência funcionam como um ambiente para potencializar a capacidade das pessoas de ampliarem a sua rede de relações, construírem novas amizades e expandirem seus interesses.

Em relação aos próximos passos das políticas para os idosos, a professora entende que é possível melhorar, partindo do protagonismo da pessoa idosa: “A participação cada vez mais efetiva dos conselhos de idosos dos municípios e Estados para uma melhor gestão de políticas públicas, além do ajuste daquilo que não está sendo contemplado e a presença de profissionais capacitados, imprescindíveis por entenderem o processo do envelhecimento”.

Para Marisa, monitorar o funcionamento de políticas públicas para idosos em cada município e difundir as informações sobre as iniciativas são atos imprescindíveis. “É importante a gente informar que a estrutura existe, é importante levar esse assunto. Procure no seu município o que nós temos para a população idosa no âmbito da assistência social, da saúde, do esporte, tem inúmeras atividades e por vezes as pessoas não conhecem.”


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