O programa Ambiente é o Meio desta semana conversa com Juliana Radler, jornalista e assessora do Programa Rio Negro (PRN) do Instituto Socioambiental (ISA), sobre as ameaças aos povos indígenas da região. A jornalista também trabalha em parceria com a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), fundada em 1987, “quando os indígenas da região lutavam pela demarcação das suas terras”, conta.
Aos ouvintes da Rádio USP, Juliana informa que, atualmente, existe em São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro, Amazonas, sete terras indígenas demarcadas em área contínua, o que representa “a preservação de uma grande área de floresta” que se encontra na “região mais preservada da Amazônia brasileira”.
Apesar de ser a mais preservada e onde se encontram diversos povos indígenas, a região sofre “ameaças à sustentabilidade e existência desses povos e dessa floresta ainda preservada”, alerta. Entre as ameaças, segundo a jornalista, está o PL 191/2020, projeto de lei que regulamenta a mineração e o garimpo dentro de terras indígenas, autoriza plantio de sementes transgênicas, de construção de hidrelétricas, a pecuária e a instalação de projetos para obtenção de petróleo e gás. Para Juliana, trata-se “de um ecocídio e também de um genocídio dos povos indígenas”.
E o ISA, adianta, “é uma das organizações da sociedade civil brasileira mais reconhecidas pelo seu trabalho junto a populações tradicionais, povos indígenas, ribeirinhos, extrativistas e quilombolas”, atuando de forma a propor soluções a questões sociais e ambientais, com foco na defesa de bens e direitos sociais, meio ambiente, patrimônio cultural, direitos humanos e os direitos desses povos.