Na opinião do colunista, o PIB foi uma medida que prestou grandes serviços, desde a sua criação, no contexto da Segunda Guerra Mundial. Mesmo ainda sendo muito usado, há um consenso entre economistas de que a medida não faz mais sentido.
Em artigo veiculado no jornal Valor Econômico desta quarta-feira (27 de fevereiro), o colunista analisa o texto Qual será o sucessor do PIB, da professora Diane Coyle, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido (publicado em 19 de fevereiro). “No referido artigo, cujo título é igual ao publicado ontem, a professora não cita as propostas concretas feitas por uma comissão de economistas, em 2010, para superar o PIB”, analisa. A célebre comissão é formada pelos economistas Joseph E. Stiglitz, da Universidade de Columbia, Amartya Sen, da Universidade Harvard, e Jean-Paul Fitoussi, da Universidade de Estrasburgo, sendo os dois primeiros ganhadores do Nobel.
No que se refere ao desempenho econômico, a proposta da comissão sugere que a contabilidade nacional deixe de ser produtivista e passe a olhar mais para a renda e para o consumo. Há ainda a recomendação de se superar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), criando um indicador mais sofisticado de qualidade de vida que inclua também avaliações subjetivas. “Perguntar às pessoas, por exemplo, se estão satisfeitas com suas vidas e incluir ainda um terceiro índice que avalie a sustentabilidade.” Assim, segundo o colunista, a superação do PIB será feita por estas três iniciativas: algo especificamente econômico, algo mais ligado ao aspecto social e à qualidade de vida, e mais atenção à sustentabilidade. Outro ponto não abordado pela docente inglesa é o fato de a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) ter lançado dois livros sobre o tema, que resulta de cinco anos de trabalho. “Stiglitz e Fitoussi fizeram parte da iniciativa, junto com a estatística chefe da OCDE, Martine Durand.”