O Hospital das Clínicas, com apoio da Fapesp, realizou com sucesso o parto de uma criança nascida de um útero transplantado de uma mulher com morte cerebral. O caso é inédito no mundo por ser bem-sucedido em todos os aspectos: o transplante do útero de uma doadora com morte cerebral, a gestação, sem rejeição, e o parto de uma criança saudável. Casos anteriores falharam pela rejeição do órgão ou resultaram em aborto.
O professor da Faculdade de Medicina (FM) da USP, Edmund Baracat, explica que a mãe que recebeu o transplante possui uma síndrome rara, na qual não há desenvolvimento do útero. Além disso, durante todo o processo, a paciente tomou imunossupressores para evitar a rejeição. Após o parto, o útero transplantado foi retirado pelo mesmo motivo.
Baracat enfatiza que o caso é fruto de um projeto ainda experimental, em que se optou pela utilização de órgão de mulher com morte cerebral. Ele acrescenta que, para participar do processo, a mãe não pode ter doença clínica (como diabete e hipertensão). Outro pré-requisito é boa fertilidade, tanto dos óvulos da mulher quanto dos espermatozoides do parceiro, a fim de gerar embriões de ótima qualidade.
O Jornal da USP, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
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