Otosclerose, doença autoimune que afeta a audição

Segundo Ricardo Ferreira Bento, a moléstia, que é autoimune, é mais comum em mulheres e muito rara em negros e crianças

 06/11/2024 - Publicado há 4 meses
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Plataforma foi testada com 13 adolescentes com deficiência auditiva, que usavam um aparelho de amplificação sonora individual – Foto: Freepik
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Você já achou não estar ouvindo tão bem quanto antes? Sem dúvida, a sensação da perda de audição assusta; agora, imagina isso acontecer com 20 ou 30 anos de idade. Existe uma doença autoimune, que é quando o próprio sistema imunológico ataca as células saudáveis, chamada otosclerose, que se caracteriza por um crescimento anormal de um tecido no ouvido, o que pode causar a perda de audição. Trata-se de uma enfermidade que não tem cura, mas que pode ser tratada. A moléstia ocupou recentemente espaço na imprensa depois de uma apresentadora ter revelado que sofre do problema e que já perdeu 60% da audição. 

Ricardo Ferreira Bento – Foto: Arquivo Pessoal

Ricardo Ferreira Bento, professor de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina e diretor da Divisão de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica que “ocorre a perda progressiva da audição em pessoas com cerca de 20 anos de idade”. A doença é mais comum em mulheres –  cerca de 60% –  e pessoas que moram na Europa. Os homens são apenas 40% propensos a ter a doença. E a otosclerose chega a ser rara em negros e crianças. Quanto aos sintomas, vão desde a perda progressiva da audição, zumbido, tontura e dificuldade de equilíbrio. As causas são genéticas. 

A gravidez é usada como um dos motivos para o desenvolvimento da doença, mas o professor da Faculdade de Medicina da USP descarta essa hipótese e diz que pode ser apenas coincidência. O tratamento para a otosclerose pode ser feito com uma cirurgia local, quando ocorre na parte externa. Já quando a perda auditiva é na parte interna do ouvido, não há o que fazer. Esse tipo de cirurgia já existe no Brasil desde a década de 50, quando a doença foi descoberta, e pode ser feita pelo SUS. Além da prótese, existem os aparelhos auditivos. O exame para identificar a doença é a audiometria.


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