O programa Ambiente É o Meio desta semana conversa com a pesquisadora Luciana Vanni Gatti, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), sobre a emissão de gases de efeito estufa causada pelo desmatamento na Amazônia. Em suas pesquisas, Luciana calcula a quantidade de carbono que é emitida e recebida pela floresta.
Segundo a pesquisadora, em 2018 mais de 60% do gás carbônico saiu da própria floresta e não das queimadas. Ela explica que, com o aumento da temperatura causado pelo desflorestamento, as árvores deixam de fazer fotossíntese e passam apenas a emitir os gases para a atmosfera. “O nível de desmatamento em que estamos torna a condição climática impossível para uma floresta tropical úmida”, afirma.
Para Luciana, “nós estamos matando a Amazônia”. Conta que o desmatamento e as emissões têm relação direta com o aumento da temperatura e a degradação da floresta, como na região Sudeste, durante os meses de agosto, setembro e outubro, que “teve redução de 25% na quantidade de chuvas durante o período de seca e aumento médio de 2,5ºC na temperatura”.
Luciana diz que “existe uma correlação entre o desmatamento e a intensificação das secas” e que as consequências para a população e a floresta, além do aumento da temperatura, são a menor frequência de chuvas e períodos de estiagem mais longos e intensos. “Estamos promovendo as mudanças climáticas ao desmatar a Amazônia.”
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