Em recente vinda ao Brasil, Guillaume Liegey, um dos estrategistas da startup LMP que gerenciou a campanha vitoriosa e surpreendente de Emmanuel Macron, disse ter a intenção de abrir um escritório no Brasil. A empresa procura novamente um candidato outsider para as eleições presidenciais. De acordo com Pedro Feliú Ribeiro, docente do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo e pesquisador do Centro de Estudos das Negociações Internacionais, não existe um ”Macron brasileiro”, que para ele nem pode ser considerado um completo outsider, visto que já havia sido ministro da Economia. Seu grande desafio foi ocupar o vácuo político deixado pela descrença da população nas legendas tradicionais.
Para Pedro Feliú, o cenário eleitoral brasileiro apresenta muitas semelhanças com o francês. Analogamente, Macron está mais próximo ao perfil do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, pensando à esquerda do espectro político, e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, à direita. De qualquer forma, o professor ressalta a dificuldade de reproduzir no Brasil a estratégia de campanha inovadora utilizada pelo atual presidente da França, devido a diferenças territoriais, populacionais e ao alto custo do projeto, entre outros fatores.
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