O Crystal Palace – uma gigantesca construção de ferro e vidro erguida em Londres, na Inglaterra, para abrigar a Grande Exposição de 1851 – foi citado pelo professor Martin Grossmann, em sua coluna “Na Cultura o Centro Está em Toda Parte”, que foi ao ar no dia 12 de abril, como exemplo da revolução provocada pela tecnologia nos museus. Com 92 mil metros quadrados – três vezes o tamanho do prédio da Bienal, em São Paulo -, o edifício reuniu 14 mil expositores e um público estimado em mais de 1 milhão de pessoas. “Do ponto de vista dos museus, o impacto se deu por causa da grandiosidade dessa estrutura e também porque o edifício representou uma conjunção entre conhecimento, entretenimento e economia”, disse Grossmann. “Ali ficou claro que o museu deveria ter uma outra postura diante desse espetáculo que foi essa exposição.”
Com relação às modernas tecnologias digitais, Grossmann afirmou que elas representam, sim, um “antimuseu” – termo cunhado pelo professor para designar qualquer iniciativa que represente uma crítica à ideia tradicional de museu. Com elas, os museus precisam pensar também na exposição virtual de seus acervos. No entanto, o professor destacou que ainda não se tem distância histórica suficiente para analisar a importância desse fenômeno, que é muito recente. Mesmo assim, é possível afirmar que os museus ainda não foram impactados pelas mídias digitais. “Até agora, não vejo uma mudança significativa no comportamento dos museus diante das novas tecnologias”, afirmou o professor.