O Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (Itaci), braço hemato-oncológico do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, está levando alegria aos seus pacientes infantis com equinos: a pôneiterapia. Kátia Regina de Oliveira, enfermeira e coordenadora administrativa do Itaci, comenta ao Jornal da USP no Ar 1° Edição essa parceria com a Sociedade Hípica Paulista, que promove a visita mensal de animais às crianças internadas e que potencializa a recuperação desses pacientes.
De acordo com Kátia, a parceria surgiu a partir da vontade de um paciente de UTI em conhecer mais sobre cavalos e por intermédio de uma médica do instituto, que conhecia amigos na Sociedade Hípica Paulista e que conseguiu uma primeira visita. “Depois, a coordenadora da hípica entrou em contato e sugeriu a visita de pôneis aos pacientes no hospital”, descreve Kátia. Para realizar a parceria, segundo a coordenadora, foi preciso entrar em contato com a comissão de infecção hospitalar, analisar o espaço em que aconteceriam os encontros e registrar o Itaci na Secretaria da Agricultura, para comprovar que o ambiente não tinha outros contaminantes. “Então, nós começamos a fazer as visitas que são mensais. Já fizemos a primeira e agora elas acontecem mensalmente”, explica.
Kátia revela que são transportados dois pôneis até o local e que as crianças são selecionadas de acordo com as condições em que se encontram. “Eles penteiam, montam nos pôneis, dão comida e passam ali meia hora com os equinos”, comenta. Durante as visitas, seis crianças podem conhecer os animais, tanto para evitar estresse nos bichos quanto cansaço nas crianças. “Nossos pacientes ficam muito tempo internados, então, eles precisam de alguma coisa para ver o ambiente exterior”, destaca Kátia, ao comentar a importância das visitas durante esse período de internação e como elas podem trazer resultados positivos na recuperação.
Outras atividades que acompanhavam as crianças internadas, como os cães terapeutas e os Doutores da Alegria, passaram a ser virtuais. “Mesmo durante a pandemia, eles mantiveram essas atividades, mas não é a mesma coisa”, analisa Kátia. Ela também explica que o instituto comporta 38 leitos, sendo 13 de terapia intensiva, 17 de enfermaria e oito de transplante de medula óssea. “Todos os pacientes ficam em quartos individuais e os que mais sofrem são os que estão em leitos de transplante de medula óssea, porque o rigor do isolamento é maior e por isso essa preocupação em fazer essa atividade com pôneis para que as crianças aptas possam participar”, finaliza.
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