Na coluna “Diversidades” desta semana, o professor Ricardo Alexino Ferreira fala sobre gentrificação, uma forma contemporânea de amenizar o uso da palavra higienização. O termo surgiu na Londres dos anos 1960, quando bairros ocupados por operários apresentavam potencial turístico e imobiliário. A especulação imobiliária levava então os empresários a expulsar os moradores para regiões distantes, com o intuito de atender aos benefícios da elite.
Basicamente, é o que acontece agora na região da Luz, que apresenta potencial turístico e a possibilidade de especulação imobiliária. “Ou seja, a população indesejada, como os usuários de drogas ou antigos moradores pobres, será expulsa de toda aquela região, abrindo espaço para a chegada da elite. A isso pode ser dado o nome de gentrificação ou higienização”, explica Alexino Ferreira. Porém, uma cidade não é uma grande empresa, e a máquina pública tem um importante papel a cumprir no tocante a suas responsabilidades sociais. Nesse caso, a higienização se torna imoral e antiética.