Já faz quase dois meses que as praias do litoral nordestino registram manchas de petróleo, de origem ainda indeterminada, contaminando o ecossistema. Enquanto a população se organiza através de voluntários para retirar o óleo das praias, o ministro do Meio Ambiente insinua que a ONG Greenpeace seria a culpada pelo problema. Para compreender melhor toda essa situação e seus diversos impactos, o Jornal da USP no Ar conversou com o professor Pedro Luiz Côrtes, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP.
Ele reforça que o desastre possui impactos em diversos âmbitos da sociedade. Para além do prejuízo ao turismo, a atividade pesqueira ficará seriamente comprometida devido ao risco de contaminação dos peixes e crustáceos. Além disso, o fato de a população estar lidando diretamente com o óleo, na tentativa de colaborar na limpeza, pode ocasionar sérios problemas de saúde.
“Ao invés de coordenar as ações de identificação, contenção e remoção desse óleo, o governo federal prefere insinuar que houve uma ação deliberada de contaminação”, aponta Côrtes. Ele reforça a necessidade de se iniciar programas de apoio econômico às áreas atingidas, liberar recursos emergenciais, entre outras medidas que vão além das tímidas ações feitas até então. “Até agora, todas as ações do governo federal não são compatíveis com o maior desastre ambiental no litoral brasileiro”, conclui.
Ouça a entrevista na íntegra no player acima.
Jornal da USP no Ar
Jornal da USP no Ar no ar veiculado pela Rede USP de Rádio, de segunda a sexta-feira: 1ª edição das 7h30 às 9h, com apresentação de Roxane Ré, e demais edições às 14h, 15h, 16h40 e às 18h. Em Ribeirão Preto, a edição regional vai ao ar das 12 às 12h30, com apresentação de Mel Vieira e Ferraz Junior. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do Jornal da USP no celular.
