“É difícil fazer pesquisa no Brasil”, diz Glauco Arbix logo no início de sua coluna semanal para a Rádio USP, para observar, em seguida, que o problema não reside na falta de inteligência ou de gente preparada, mas na escassez de recursos e de laboratórios bem equipados. “Falta muita disposição dos poderes públicos e mesmo da iniciativa privada para que a gente desenvolva pesquisas de excelência e relevância.”
Arbix garante que existe dinheiro para pesquisa no País, o que falta é definir prioridades. “Cortar em educação, ciência, tecnologia e inovação é dar um tiro no pé.” Para ele, não se pode colocar a culpa apenas no governo ou nas empresas, pois os pesquisadores também têm sua dose de responsabilidade nesse processo. Ao sugerir como a Universidade pode colaborar para a melhora do quadro, ele observa que a USP necessita flexibilizar algumas estruturas, sempre tendo em conta que o conhecimento de hoje só é produzido quando é interdisciplinar, para dar conta de uma realidade cada vez mais complexa.
“Temos que juntar vontade com inteligência e disposição de mudar. Nós precisamos mudar para tornar a pesquisa menos burocrática e mais fácil”, afirma o colunista.