Mais de um mês já se passou após o incêndio do prédio Wilton Paz de Almeida, na região do Largo do Paiçandu, centro de São Paulo, e mais de 40 famílias continuam acampadas e temem ser esquecidas. Raquel Rolnik, em sua coluna Cidade Para Todos, comenta o equívoco da política habitacional, não só do Estado de São Paulo como do País como um todo. “Essa tragédia revelou a crise habitacional que vivemos e revelou sobretudo a total ausência de uma política habitacional, em nível nacional, para lidar com a crise”, afirma.
Para a professora, o modelo de política habitacional tem sido a produção de casas e apartamentos novos para serem habitados por aqueles que não conseguem acessar essa casa no mercado. “O problema só está sendo colocado no nível emergencial e imediato, por isso explode a quantidade de famílias sem teto que estão vivendo nas ruas e em ocupações improvisadas”, explica.
Raquel chama a atenção para o fato de se pensar a moradia como um serviço social, ou seja, não só buscar dar apoio para pagar o aluguel, mas identificar casas e apartamentos vazios que possam abrigar essas famílias imediatamente.