Um estudo conduzido pela Universidade de Princeton apresentou uma análise de alternativas para a produção de energia sem a emissão de gases poluentes nos EUA. A pesquisa concluiu que a meta de zerar a emissão desses gases até 2050 é possível e pode ser aplicada no Brasil.
Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, Julio Meneghini, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica (Poli) da USP e diretor científico do Centro de Pesquisa para Inovação em Gás (RCGI), afirma que zerar as emissões de gases do efeito estufa é o caminho do futuro. Esses gases são responsáveis, entre outros problemas, pelas mudanças climáticas e tem a produção de energia como principal responsável pela emissão na atmosfera.
Para Meneghini, a emissão de gases é “a grande pandemia do século 21”, já que as mudanças climáticas vão durar décadas e os impactos devem ser severos, tanto para a humanidade quanto para o planeta.
O estudo procurou apresentar cinco alternativas para alcançar, em 2050, uma economia descarbonizada, na qual o saldo geral de emissão de carbono equivalha a zero. Entre as possibilidades estão a eletrificação da energia, a recaptura do carbono, a biomassa e a utilização de tecnologias para a produção de energia renovável, como solar e eólica. Cada alternativa tem aplicações e viabilidades diferentes.
O caso brasileiro tem diferenças em relação ao dos Estados Unidos, mas um estudo conduzido em parceria com a Universidade de Princeton avaliará a aplicação dessas alternativas no País. “Nós temos uma condição quase única no mundo, de fazer com que o etanol tenha aquilo que é chamado de ‘pegada negativa de emissões de gases de efeito estufa’”, afirma Meneghini.
A vantagem do etanol deve-se ao fato de que a própria cana-de-açúcar captura gás carbônico da atmosfera para realizar seu processo metabólico. Porém, as máquinas utilizadas na produção do combustível são movidas à base de diesel. Dessa forma, é preciso substituir o combustível por outras fontes de energia, que não emitam gases poluentes. Assim, o etanol brasileiro poderá se tornar negativo no que diz respeito aos gases poluentes.
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