A cirrose, doença do fígado geralmente causada nos adultos pelo consumo de bebidas alcoólicas, também pode atingir crianças, mas, neste caso, é resultado de problemas congênitos e está muito ligada à hepatite fulminante. A maioria das vezes este quadro leva à deterioração das funções do fígado e ao óbito. O transplante é a única solução.
O doutor Uenis Tannuri, professor da USP, chefe do Serviço de Cirurgia Pediátrica e Transplante Hepático do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas e chefe do Laboratório de Cirurgia Pediátrica da FMUSP, revela que a escassez de doadores é muito grande e a quantidade de adultos na fila pode ser seis vezes maior que a quantidade de crianças, portanto elas são prejudicadas.
Diante disso, o Hospital da Clínicas passou a realizar transplantes entre vivos, nos quais, em 90% das vezes, os pais são os doadores. Segundo o professor, a recuperação geral costuma ser rápida, mas deve haver um controle rigoroso de infecções e rejeição do órgão. O acompanhamento deve ser feito pelo resto da vida, assim como o uso de medicamentos imunossupressores.
O HC fez o primeiro transplante entre vivos do mundo. Hoje, já foram realizados mais de 800 transplantes e a taxa de sobrevida é de 75% a 80%.
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