É certo que o mundo não vive mais a polarização entre comunismo e capitalismo. Ainda assim, pautas ligadas ao gênero e à sexualidade têm virado lugar de disputa ideológica: os protestos contra a presença da filósofa Judith Butler no Brasil são reflexo disso.
“A defesa explícita de pautas da direita se tornou algo que é objeto de orgulho hoje em dia, algo impensável há pouco tempo atrás”, coloca o professor Guilherme Wisnik. Para o colunista, esse cenário está ligado à existência de uma massa mundial desprovida de qualquer proteção de direitos e exposta aos fundamentalismos de grupos religiosos, como escreve Mike Davis na obra Planeta favela.