Nesta semana, Renato Janine Ribeiro comenta a ação do Facebook em remover uma rede com 196 Páginas e 87 Perfis no Brasil que violavam políticas de autenticidade da empresa. Segundo o comunicado oficial, “essas Páginas e Perfis faziam parte de uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação”.
“Mentiras e notícias falsas”, diz o professor, “sejam elas ligadas à esquerda ou à direita, são muito prejudiciais para a sociedade e é algo que precisa ser reprimido e combatido”. Janine lembra de uma informação falsa, veiculada tempos atrás, que envolvia a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP. Uma foto da sede da escola, localizada em Piracicaba, interior de São Paulo, foi compartilhada por alguns grupos como sendo a casa de campo do filho do Lula. Em outro exemplo, o professor recorda de uma informação falsa compartilhada em redes sociais que apontava a jornalista Ticiana Villas Boas (então casada com Joesley Batista, dono da JBS e envolvido em escândalos de corrupção) como sendo filha do Comandante Geral do Exército brasileiro, o general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas.
“Nós estamos vivendo em um mundo caracterizado por esta parceria: mentiras em escala industrial e ódio. É algo que precisa ser coibido, porque os resultados disso estão sendo péssimos. Politicamente, quando o discurso de ódio passa a prevalecer, o que nós temos é o fim de qualquer diálogo”, destaca o professor, lembrando que o resultado humano também é muito ruim, pois amizades são desfeitas, e cria-se conflitos até em grupos familiares no WhatsApp, aplicativo de mensagens instantâneas.
Para Janine, a limitação ao discurso mentiroso, gerador de ódio, é uma medida importante e salutar, qualquer que seja a proveniência. “A medida é positiva e deve ser desenvolvida. “Quem é contra poderia parar de mentir”, sugere.
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