Pesquisas desenvolvidas no mundo todo têm apontado para alternativas aos modelos tradicionais de distribuição de energia por meio de redes inteligentes, que possibilitem a integração de todos os usuários do serviço à rede. No Brasil, o Laboratório de Metrologia Elétrica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) foca seus estudos na capacitação voltada para a construção das smart grids e no desenvolvimento de medidores de energia adequados aos novos modelos de distribuição energética, ainda incipientes no país. As informações são de Arthur Martins e Fabrício Torres, técnicos do IPT.

Os pesquisadores contam que hoje é possível um consumidor construir formas de produzir sua própria energia, como painéis solares, e inserir a energia gerada na rede geral de distribuição, ainda que o custo seja elevado. No Brasil apenas 26 mil usuários estão no cadastro de geração distribuída, mas em países da Europa esse número chega perto de 10% dos usuários. Quando a energia produzida não é completamente utilizada, o excedente é lançado na rede, e se converte em desconto nas faturas seguintes.
Martins conta que um dos grandes motores dessa mudança é a tecnologia da informação sendo empregada na construção dos medidores de energia e automação de controle do fluxo da energia. Torres conta que os “relógios de luz” convencionais medem a energia consumida de forma unidirecional. Na nova forma, em que o próprio consumidor pode gerar energia para a rede, o medidor precisa ser bidirecional. A implementação dos novos medidores teria um custo, mas a longo prazo poderia representar uma redução de gastos, conclui o pesquisador.
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