Neste final de semana completará três anos do assassinato da deputada trabalhista britânica Helen Joanne Jo Cox, conhecida simplesmente como “Jo Cox”. Ela atuou na campanha a favor da permanência do Reino Unido na União Europeia e foi assassinada no dia 16 de junho de 2016. “Trata-se do fato que talvez mais simbolize a quarta onda reacionária da história, desde a Revolução Francesa, e que está a todo vapor”, analisa José Eli da Veiga. De acordo com o colunista, alguns acontecimentos anteriores poderiam sugerir que a quarta onda reacionária já teria começado. “Mas foi a partir deste fato que ela tomou impulso”, afirma.
Segundo Eli da Veiga, logo após a Revolução Francesa, houve uma onda reacionária que colocava em questão a afirmação dos direitos civis, ou o componente civil da cidadania. Mais tarde, entre o fim do século 19 e início do 20, houve uma segunda onda reacionária, principalmente no repúdio ao sufrágio universal – pleno direito ao voto de todos os cidadãos adultos – que ocorreu na Alemanha, na Rússia e na Itália. Uma terceira onda, segundo o colunista, só se deu na década de 1980, com a contestação dos direitos que foram obtidos durante o chamado welfare state, o Estado do bem-estar. Eli da Veiga lembra que uma explicação minuciosa e teórica sobre as ondas reacionárias foi dada há alguns anos pelo professor Albert Hirschman, de Harvard, no livro A Retórica da Intransigência. “O livro, traduzido em português, infelizmente já está esgotado”, lamenta o colunista. Esta quarta onda, que Eli da Veiga considera difícil de explicar, foi tema do artigo Planeta dos Estranhos, assinado pelo colunista e veiculado no jornal Valor Econômico do dia 29 de maio.
Ouça no link acima a íntegra da coluna Sustentáculos.
Sustentáculos
A coluna Sustentáculos, com o professor José Eli da Veiga, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção na Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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