Desde o mês passado, o Conselho Federal de Medicina reconhece a Cirurgia Metabólica como um tratamento para obesos. Diferente da bariátrica, o procedimento acontece em pessoas com problemas crônicos como diabete tipo 2, a fim de não só promover a perda de peso, como também controlar a doença.
A cirurgia é de risco a longo prazo, uma vez que o paciente precisa de um acompanhamento de cerca de cinco anos por meio de vitaminas, vegetais e estrutura óssea. Em estudo, pessoas foram acompanhadas por esse período e quatro, a cada dez, apresentaram a enfermidade com um nível pior do que o de antes de serem operadas, mesmo tomando remédio.

O chefe do Grupo de Obesidade do Hospital das Clínicas (HC) da USP, Márcio Mancini, afirma que a resolução vale para pessoas com o Índice de Massa Corporal (IMC) mais próximo de 35 e com gordura concentrada no abdôme, que é a mais prejudicial à saúde. Segundo ele, a média estudada para se chegar a essa conclusão foi 34,2. Os indivíduos com o número próximo ou menor do que 30 ainda não foram avaliados para garantir a eficiência e a segurança da cirurgia nessa faixa.
Mancini alerta que o Sistema Único de Saúde (SUS) não possui medicamentos modernos para controlar o diabete tipo 2. Assim, apesar de a rede oferecer o procedimento, o médico orienta que aplicá-lo significa pular etapas, já que o cidadão precisa ter acesso aos remédios de ponta. A Metabólica é uma técnica cara; dessa forma, fornecer fármacos sofisticados significa trazer um tratamento pós-cirúrgico mais qualificado à população.
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