Na coluna Fique de Olho desta semana, o professor Eduardo Rocha fala sobre a história da cirurgia de catarata, doença comum, progressiva e diretamente relacionada com a exposição ao ultravioleta e a dietas com poucos nutrientes.
Catarata é um termo conhecido em vários idiomas e culturas desde os tempos antigos. O nome dessa doença, diz o professor, talvez tenha vindo de embasamento produzido a partir de uma metáfora, pela analogia da água caindo sobre os nossos olhos, como a queda natural de um rio, e que leva a visão para baixo, ou seja, diminui. A queda na visão, no caso da catarata é, geralmente, bilateral.
No passado, na Índia, Pérsia e no Mediterrâneo, o recurso para recuperação de olhos com catarata era pela simples movimentação do cristalino, tirando ele do eixo focal, o que trazia alguma melhora. Por volta dos séculos 18 e 19 esse recurso foi substituído por medidas que procuravam fazer a remoção do cristalino.
Em 1949 o médico britânico Harold Ridley foi o primeiro a utilizar a lente intraocular, capaz de substituir a refração da lente opaca. Em seguida, em 1960, entra em cena o microscópio cirúrgico, com fios mais finos. Somente nos anos 2000 houve a adição do laser para fazer incisões sem a necessidade da intervenção humana, e a maneira de se remover o cristalino opaco também recebeu o complemento do ultrassom.
Atualmente, os recursos para recuperá-la, segundo Rocha, estão cada vez mais sofisticados. “As mudanças trouxeram grandes benefícios para os indivíduos como a diminuição do tempo de cirurgia, redução da necessidade de recuperação e de medicamentos. Porém, no aspecto da saúde pública, a catarata ainda continua sendo, ao redor do mundo, umas das causas mais frequentes de cegueira.” Ouça acima, na íntegra, a coluna Fique de Olho, com o professor Eduardo Rocha.