A coluna “Ciência Feliz” desta semana aborda a temática racial. O professor Ciro Marcondes Filho relata que 200 anos atrás, quando o iluminismo imperava na Europa, os homens do velho mundo queriam apresentar as bonanças da civilização aos selvagens. Ele acredita que o pensamento colonialista provinha deste mito de que o homem branco ocidental é superior.
Marcondes afirma que a questão racial veio para naturalizar as desigualdades. Ele cita o caso de Francis Galton, antropólogo inglês que criou a teoria do “Eugenismo Social” ou a ciência do melhoramento das linhagens. Galton considerava que os homens têm destinos sociais diferentes: uns dão certo, outros não. Ele dizia que as reputações são intrínsecas aos seres e hereditárias, fazendo com que o controle das uniões matrimoniais fosse necessário.
O professor aponta que a teoria de Galton ignorava as desigualdades sociais, deixando toda a exclusão a cargo dos conflitos biológicos. Para Marcondes, esta era uma estratégia para mascarar os conflitos sociais de biológicos a fim de negá-los, o que configura, segundo ele, um racismo mais sutil e difícil de erradicar do que o ordinário, que se alimenta das aparências.
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