O físico Wolfgang Pauli, que desenvolveu o conceito de spin, essencial para a física quântica, é o tema da coluna de Paulo Nussenzveig, professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Física (IF) da USP. “Desde muito jovem, Pauli foi reconhecido como um prodígio, extremamente talentoso com a matemática, de rigor intelectual muito apurado e de grande clareza conceitual”, conta.
Nussenzveig relata que, para explicar o fato de algumas frequências de luz que interagem com átomos (linhas espectrais) terem um comportamento inesperado, o físico “postulou a existência de um grau de liberdade extra dos elétrons, que só poderia assumir dois valores (em linguagem contemporânea, chamaríamos isso de bit quântico)”. Essa propriedade, mais tarde, foi chamada de spin. “Com esse grau de liberdade a mais, ele formulou outra hipótese: que dois elétrons não poderiam ter exatamente as mesmas propriedades, eles não poderiam ocupar o mesmo estado quântico”, afirma. “Esse princípio de exclusão, de Pauli, lhe permitiu explicar várias características da estrutura atômica e lhe valeu o Prêmio Nobel de Física em 1945.”
“Entre as muitas contribuições de grande importância para a física teórica, Pauli foi o primeiro a sugerir a existência de uma nova partícula neutra, de massa muito pequena, para explicar o misterioso decaimento beta dos núcleos atômicos, que parecia violar o princípio de conservação da energia. Posteriormente, Enrico Fermi lhe deu o nome de neutrino”, diz o professor.
Ouça, no link acima, a íntegra da coluna Ciência e Cientistas.