Cem anos nas ondas do rádio

No mês em que comemora o seu centenário, o rádio continua cada vez mais jovem, ativo e fazendo história no cumprimento de seus objetivos: informar, entreter e prestar serviço ao ouvinte

 31/08/2022 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 03/11/2022 às 13:37
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Fotos: Marcos Santos/USP Imagens e PxHere

Cem anos nas ondas do rádio

No mês em que comemora o seu centenário, o rádio continua cada vez mais jovem, ativo e fazendo história no cumprimento de seus objetivos: informar, entreter e prestar serviço ao ouvinte

 31/08/2022 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 03/11/2022 às 13:37

Produção: Heloísa Granito

Sonoplastia: Cido Tavares

Edição de Texto: Paulo Capuzzo

Edição: Cinderela Caldeira

Arte: Ana Júlia Maciel

O dia 7 de setembro de 1922 marcou as comemorações em torno da independência do Brasil, mas não foi esse o único acontecimento a merecer registro naquela data, pois esta viu surgir também um veículo que se tornaria extremamente popular como entretenimento de massa – mas não só, como veremos – ao longo das décadas seguintes: o rádio, cuja gênese está diretamente ligada ao nome de Roquette-Pinto. Foi ele que, maravilhado com a transmissão, à distância e sem fios, da fala do presidente Epitácio Pessoa – evento que deu início à radiotelefonia brasileira – fez surgir, em abril do ano seguinte, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, com transmissor instalado na Escola Politécnica, na cidade que ainda era a capital federal.

A vocação popular do rádio não demorou, então, a aflorar, e foi justamente essa vocação que o transformou num veículo de entretenimento, cultura, informação e prestação de serviço, um aparelho que reinou absoluto nos lares de todo o País pelo menos até o surgimento da televisão, nos anos 50. Esta, que foi um obstáculo quase intransponível no caminho de outra arte popular – o cinema -, não teve a mesma força para desbancar o rádio da posição que ocupava na preferência de boa parte da população.

Ao longo de sua história, essa proximidade só cresceu. Amigo de todas as horas, o rádio levava  informação, música e entretenimento àqueles que moravam nos recantos mais periféricos do País, onde a televisão ainda era uma realidade distante. As donas de casa debruçavam-se em torno do aparelho para se encantarem com as peripécias de O Direito de Nascer, maior audiência em radionovelas de toda a América Latina, no ar pela Rádio Nacional em 1951. E o que dizer então do Repórter Esso, primeiro noticiário de radiojornalismo do Brasil que não se limitava a ler as notícias recortadas dos jornais e que foi testemunho da vida política e social do Brasil e do mundo em seus mais de 25 anos de existência, tendo migrado, ainda nos anos 1950, também para a tevê, meio no qual sobreviveu até o ano de 1970.

Mas é quase impossível falar do rádio sem mencionar a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que tanto contribuiu para divulgar a música popular brasileira. Artistas do porte de Luiz Gonzaga, Cauby Peixoto, Ângela Maria, Silvio Caldas, Francisco Alves, Linda e Dircinha Batista, Dalva de Oliveira, Orlando Silva, Elizeth Cardoso, Emilinha Borba e Marlene, entre tantos outros, fizeram de suas vozes naquela emissora da era dourada passaporte para vender milhões de discos e conquistar a fama e a notoriedade num país que iniciava sua urbanização e a migração do campo para a cidade.

História à parte, o certo é que o rádio chega à modernidade sem ter perdido o seu alcance e apelo junto ao público. Só isso pode explicar o fato de ter sobrevivido ao cinema e à televisão e de ter chegado com muita saúde e disposição ao meio digital, uma vez que o rádio acontece – cada vez com maior força e ocupando mais espaço – também na internet, a despeito daqueles que apostavam que o mundo virtual, mais cedo ou mais tarde,  acabaria por sepultar o rádio.

Diante dessa realidade, o Jornal da USP resgata um pouco da aventura desse meio de comunicação no Brasil, divulgando uma série de boletins que entraram na programação da Rádio USP como parte das comemorações aos cem anos do rádio no Brasil. Nas páginas abaixo, será possível acompanhar uma série de entrevistas com professores, pesquisadores, escritores e artistas, os quais fazem  recortes sobre a história do rádio, enfocando  sobretudo sua importância como expressão da cultura popular do País. E é exatamente essa característica que nos garante que não, o rádio não morreu –  e, ao que tudo indica, deverá sobreviver por mais cem anos.

Foto: Marcos Santos/ USP Imagens

Rádio USP e a sociedade

Ao completar 45 anos em 2022, a Rádio USP sempre teve conceitos de diversidade, criatividade e pluralidade para compreender o público geral. “Eu acho que essa é uma função única que a Universidade de São Paulo tem que preservar dentro dos princípios do que é a Rádio USP”, anuncia Luiz Fernando Santoro, professor da Escola de Comunicações e Artes e ex-diretor da emissora na década de 1980.

Rádio USP

No dia 11 de outubro de 1977 foi criada a Rádio USP, um vínculo entre a Universidade e a comunidade geral. Para Luiz Fernando Santoro, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e ex-diretor da Rádio USP, a emissora “sempre teve a característica de inovação e de experimentação”. Ao trazer conteúdos de diversos temas na programação, a Rádio USP “trata de temas que ninguém trata nas outras emissoras”, afirma Santoro. O estilo vanguardista construiu uma imagem positiva junto à sociedade paulista nesses 45 anos de existência.

 

Rádio livre

Com o intuito de divulgar movimentos sociais e dar voz às minorias, a rádio não oficial, conhecida como rádio livre, tem origem europeia. “A rádio livre é um conceito europeu e surgiu nos anos 1960 contra o monopólio das grandes redes”, explica Luiz Fernando Santoro, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP. Outros estilos derivam das rádios livres, como as rádios verdes e as rádios piratas, importantes em movimentos de resistência.

Rádios comunitárias

As rádios comunitárias surgiram no Brasil em 1987, com a Assembleia Nacional Constituinte. Para discussões democráticas, os meios de comunicação têm um papel fundamental, sobretudo para dar voz àqueles que moram na região do ouvinte. “A ideia era desenvolver um sistema de comunicação que permitisse que a comunidade se enxergasse no rádio e na televisão”, explica Luiz Fernando Santoro, radialista e professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.

Do nascimento na América do Norte, nas décadas de 1960 e 1970, as rádios comunitárias alcançaram as periferias brasileiras. Esse é o caso da Rádio Favela, emissora da capital mineira.

 

Rádios universitárias

Nascida com programação educativa no Brasil, a rádio universitária conecta a comunidade acadêmica ao público geral. “O rádio é um veículo organizado coletivo, onde a gente pode propor debates e, principalmente, voltada ao entretenimento”, comenta o professor Luciano Maluly, da Escola de Comunicações e Artes da USP. Ele afirma que o radiojornalismo deve ser utilizado em escolas e universidades.

A Rádio USP é “um exemplo de sobrevivência de como se usa bem um instrumento didático pedagógico”, sobretudo ao promover a transmissão do conteúdo interno para a comunidade. Como um veículo democrático, a rádio universitária tem um papel de luta por espaço, direitos civis e liberdade de expressão.

O podcast, um novo gênero

Um novo gênero do rádio surgiu em 2004, o podcast. Voltado para a transmissão de informações na internet, “o podcast é uma extensão do rádio porque quem os produz tem suas referências no rádio”, afirma Eduardo Vicente, professor do Departamento de Cinema, Rádio e TV (CTR) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.

Entrevistas e debates são os principais estilos do gênero, porém, o áudio narrativo tem ganhado destaque. “A diversidade de programas está dando uma maior riqueza ao nosso repertório de produções sonoras no País”, analisa Vicente. Com uma função desvinculada de uma programação, o podcast segmenta seu público e aprofunda seus temas.

 

A transição para o meio digital

Durante os anos 1980, o radiojornalismo utilizou a digitalização e os satélites para cobrir uma maior extensão territorial do Brasil. As melhores condições financeiras das emissoras permitiram que grandes redes chegassem nas cidades do interior por meio da adoção de novas tecnologias, como a internet, nos anos 1990. Assim, as emissoras passaram a segmentar seu público.

Desde então, o ouvinte pode se conectar ao rádio através de portais de internet e aplicativos nos smartphones enquanto executa outras atividades. “O rádio demonstra ser o melhor veículo de comunicação para adaptação ao sistema digital”, opina Alvaro Bufarah, professor pesquisador da Universidade de Santa Catarina e do grupo Pesquisa em Rádio e Mídia Sonora da Intercom.

 

Transformação nos anos 1970

Na Era de Ouro do Rádio no Brasil, durante os anos 1950, o radiojornalismo tornou-se o carro-chefe da programação. Com a ascensão da televisão nas próximas décadas, o rádio se reestrutura como veículo de comunicação, “tentando encontrar uma saída para a sobrevivência econômica”, explica Alvaro Bufarah, professor pesquisador da Universidade de Santa Catarina e do grupo Pesquisa em Rádio e Mídia Sonora da Intercom. 

A transformação se dá a partir dos anos 1970: “O rádio tem um foco no tripé de música, esporte e notícias”. Bufarah afirma que o radiojornalismo “passa a ser de prestação de serviços”, com maior proximidade do público e coberturas cotidianas e regionais. As transmissões esportivas, as músicas e o uso político do rádio foram outros eixos que mudaram na época.

21/09

O início do radiojornalismo

Roquette Pinto, fundador da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, criou o Jornal da Manhã,  primeiro programa jornalístico do rádio brasileiro. Na época, as notícias do jornal impresso eram comentadas por locutores, porém, a entrada da verba de publicidade elevou a qualidade das transmissões. Participação de âncoras, redação mais acurada e dados elaborados são alguns dos exemplos de estruturação do radiojornalismo, segundo Alvaro Bufarah, professor pesquisador da Universidade de Santa Catarina e do grupo Pesquisa em Rádio e Mídia Sonora da Intercom.

“Não é mais só o comentário feito em cima do jornal, mas sim material desenvolvido já com linguagem radiofônica”, comenta o professor. A partir disso, o radiojornalismo esportivo ganha destaque com sua profissionalização, adequando a linguagem e a visão técnica do esporte.

Isaurinha Garcia

Em 1923, nasceu um talento musical que marcaria o samba, o jazz e a bossa nova: Isaurinha Garcia. Aos 13 anos, participou do programa de calouros A Hora da Peneira Rhodine, da Rádio Cultura. Um ano depois, interpretou Camisa Listrada, na Rádio Record, quando obteve o primeiro lugar e foi contratada pela emissora. Como um destaque no cast da rádio, sua voz de timbre agudo e anasalado, somada ao sotaque paulista, a alçou como Rainha do Rádio Paulista, Rainha da Noite e Rainha dos Taxistas.

Com mais de 300 músicas gravadas, a exemplo de Mensagem e De Conversa em Conversa, Isaurinha aposentou-se da Rádio Record em 1970. “A Personalíssima”, como foi apelidada pelo apresentador Blota Júnior, lançou mais de 50 discos. Tendo falecido em 1993, sua relevância na música brasileira do século 20 não deve ser subestimada.

Rádio Record

Em outubro de 1928, foi inaugurada a Rádio Sociedade Record, que atualmente opera no dial AM de São Paulo. A emissora inovou em várias frentes: um jornal falado produzido em parceria com os Diários Associados, com o Hora Infantil – um programa para crianças – e na cobertura da Revolução Constitucionalista de 1932. O radialista César Ladeira, conhecido como “A voz da revolução”, ganhou destaque com seu impacto na emissora.

Passado o conflito, a transmissão da rádio focou em eventos populares, como partidas de futebol narradas por Nicolau Tuma, carnavais e radionovelas estreladas por Adoniran Barbosa. Outra mudança adotada pela Record, a contratação formal de funcionários, colocou-a em nível profissional e transformou a radiodifusão brasileira.

O rádio no Estado de São Paulo

“Os anos 1930 foram de grande explosão para as emissoras de rádio no Brasil”, descreve o professor e pesquisador Antonio Adami, doutor em Semiótica e Linguística pela USP. No Estado de São Paulo, o rádio expandiu da capital para o interior, em cidades como Campinas, Jaú e Sorocaba. O alcance do rádio nessa região deu-se porque o aparelho do rádio é “barato e eficaz”, além da configuração do rádio na transição do amadorismo nos anos 1920 para um estilo comercial nos anos 1940. Adami explica: “Tem bastante diferença na linguagem e na postura, tudo é mais profissional”.

Rádio Educadora

O rádio paulista é marcado por nomes nas áreas do esporte, humor, teatro, entre outras. “Grandes nomes do rádio paulista nascem na Rádio Educadora”, comenta Antonio Adami, professor, pesquisador e autor do livro O Rádio Com Sotaque Paulista-Pauliceia Radiofônica. O roteirista Oduvaldo Vianna, a autora de novelas Ivani Ribeiro e o locutor futebolístico Nicolau Tuma são radialistas que surgem com a Educadora.

Outra grande emissora paulista, a Rádio DKI, A Voz do Juqueri, posteriormente, tornou-se parte da Rádio Cultura. Adami opina que a popularidade do rádio provém da “forma franca, direta de falar para o público e ter um público cada vez mais segmentado”. A mediação cultural e o poder de projeção sobre o ouvinte, por meio de radionovelas, por exemplo, são meios de compreensão da história do rádio no Estado de São Paulo.

A radiodifusão paulista

A radiodifusão no Estado de São Paulo surgiu com a fundação da SQIG, Sociedade Educadora Paulista, em novembro de 1923. Vinte dias depois, é criada a Rádio Educadora Paulista. Diante da popularidade, elas lançaram nomes memoráveis na cultura brasileira, como o cantor de samba Adoniran Barbosa e o radialista Vicente Leporace.

Além disso, o rádio teria um papel importante na Revolução Constitucionalista de 1932, quando surgem emissoras na capital, no interior e no litoral em defesa da autonomia do Estado. “Em 1927, é a PRBC, Sociedade Rádio Cruzeiro do Sul, que aparece. Depois passa a ser a [Rádio] Piratininga, a primeira a segmentar a programação”, conta Antonio Adami, professor, pesquisador e autor do livro O Rádio Com Sotaque Paulista-Pauliceia Radiofônica. Nesse contexto, destaca-se César Ladeira, locutor que ficou conhecido como “A voz da Revolução Constitucionalista”.

Rádio Mayrink Veiga

A Rádio Mayrink Veiga, fundada em 1926, fez sucesso como a primeira grande emissora comercial no País. Com a regulamentação da publicidade na década de 1930 e a Era de Ouro do Rádio, contratados fixos estrelavam pela rádio, como Noel Rosa, as irmãs Carmen e Aurora Miranda, Francisco Alves, entre outros. Alguns destes, a exemplo de Vicente Celestino com O Ébrio, também brilharam no cinema.

Nas próximas décadas, metade de suas ações irá ser comprada por Assis Chateaubriand e, posteriormente, pela Rede Piratininga de Radiodifusão. Em 1961, defendeu a posse de João Goulart, inclinação que resultou no seu fechamento durante o regime militar, quatro anos depois. 

O declínio da Rádio Nacional

Com a chegada da televisão nas décadas de 1950 e 1960, as verbas publicitárias migraram do rádio para as telinhas. O alto número de ouvintes, de artistas renomados e de patrocinadores elevou a Rádio Nacional do Rio de Janeiro ao topo de audiência do mercado radiofônico, disputada por outras emissoras também. No entanto, seu declínio veio a partir do golpe de 1964 e da instauração da ditadura militar.

O investimento em emissoras privadas, o desmonte sistemático e a cassação dos direitos civis dos artistas foram algumas das medidas adotadas pelo regime que atingiram a Nacional. A historiadora e professora Lia Calabre reflete: “Fica na memória uma época de ouro dos anos 1950”. Atualmente, a emissora integra a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), criada em 2007 para prestar serviços de radiodifusão pública.

09/09

Entrevistada da semana: Lia Calabre

Perto dos artistas

O auditório da Rádio Nacional, instalado em 1942 na praça Mauá, consolidou a carreira de cantores, cantoras, músicos e maestros da música popular brasileira. Com um público de quase 500 pessoas, no auditório da Nacional encontravam-se artistas como Francisco Alves, Cauby Peixoto, Ângela Maria, Dalva de Oliveira e Ercole Vareto. Em uma época que a televisão ainda não havia chegado nas casas brasileiras, o espaço era o meio do público aproximar-se da cultura nacional.

08/09

Revista do Rádio

Com a solidificação do sucesso do rádio na década de 1940, o interesse popular pela vida das estrelas do setor radiofônico – atores, atrizes, cantores e locutores – culminou na publicação de materiais impressos sobre elas. O cotidiano e os detalhes da vida pessoal dos artistas do rádio são registrados em revistas, de modo que “os meios de comunicação de massa vão se entrelaçando”, diz Lia Calabre, professora do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Territorialidades da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Dentre as publicações, em 1948, destaca-se a Revista do Rádio. Contando as fofocas dos bastidores, o funcionamento interno de uma emissora e a produção de som, a revista “não foi ligada a nenhum grande grupo empresarial, ela foi uma ação específica”, explica Lia. Por meio das páginas com imagens e entrevistas, os leitores entenderam mais sobre as experiências dos ouvintes.

06/09

Repórter Esso

“Aqui fala o seu Repórter Esso, testemunha ocular da história.” Assim começavam os boletins do programa Repórter Esso, marcante no desenvolvimento do radiojornalismo e vanguardista na comunicação de notícias pelo rádio. No ar pela primeira vez em agosto de 1941, foi transmitido de Pernambuco ao Rio Grande do Sul, com sucesso no eixo Rio-São Paulo. “O Repórter Esso era a testemunha ocular da história e o primeiro a dar as últimas”, informa Lia Calabre, professora do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Territorialidades da Universidade Federal Fluminense (UFF).

05/09

Dos palcos para o rádio

A primeira radionovela teve lançamento em 5 de junho de 1941, quando Em Busca da Felicidade foi ao ar pela primeira vez. Do cubano Leandro Blanco, o espetáculo era transmitido nas manhãs de dias específicos da semana e tinha duração de 15 minutos. O programa surgiu da proposta do patrocinador, creme dental Colgate, e foi pioneiro no sucesso do gênero dramático.

“A fórmula das radionovelas já vinha sendo praticada em alguns países da América Latina”, esclarece Lia Calabre, professora do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Territorialidades da Universidade Federal Fluminense (UFF). Na produção de textos radiofônicos, destacava-se Cuba, que conduziu as radionovelas a programas de longa duração e com patrocinadores fixos.

02/09

Entrevistada da semana: Lia Calabre

Indicador de popularidade

Durante a Era de Ouro do Rádio, os mais bem sucedidos programas de auditório tinham quadros dedicados a cantoras. Emilinha Borba era destaque no programa de César de Alencar e Marlene no de Manoel Barcelos. Em 1949, as duas disputaram o título de Rainha do Rádio, concurso radiofônico com o objetivo de arrecadar fundos para a construção de um hospital. Como explica Lia Calabre, professora do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Territorialidades da Universidade Federal Fluminense (UFF), “o rádio tinha um papel fundamental: ele era um indicador de popularidade”.

01/09

O público nas transmissões

Os programas de auditório eram um dos carros-chefe da Rádio Nacional e tinham quadros de humor, música e de calouros, por exemplo. Lia relembra os programas de César de Alencar, Paulo Gracindo e Manoel Barcelos: “Eles fizeram história. Ficaram 20 anos, praticamente, no ar fazendo a história do rádio”.

O gênero humorístico também teve sucesso nas transmissões, com nomes como Jararaca e Ratinho, Alvarenga e Ranchinho e PRK-30. Este último “era, como se fosse, uma rádio clandestina, que transmitia sem autorização do governo”, descreve a professora.

31/08

Integração Cultural

Na Era de Ouro do Rádio, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro foi pioneira na integração cultural do Brasil. A emissora disputava popularidade com a Rádio Mayrink Veiga, até que, com a incorporação ao governo Vargas, ela cresce e tem programas fantásticos, que marcaram época, como Um Milhão de Melodias. O lançamento de produtos das empresas e o cast eram fascinantes para os ouvintes: “Cria-se, na verdade, uma estratégia de atrair audiência de todo o País”, explica a historiadora Lia Calabre, professora do Programa de Pós-Graduação em Cultura  e Territorialidade da Universidade Federal Fluminense.

30/08

Cultura popular

Inaugurada em 12 de setembro de 1936, a emissora Rádio Nacional do Rio de Janeiro foi criada com a pretensão de transmitir com qualidade para todo o território brasileiro. Ela tornou-se um grande fenômeno de expressão da cultura popular , sobretudo em razão do cast, que contava com nomes como Marília Batista, Aracy de Almeida e Celso Guimarães. A adição de uma orquestra coloca-a entre as principais rádios do País.

A Nacional era uma emissora privada do grupo A noite, até que, em 1940, é incorporada à União pelo Estado Novo de Getúlio Vargas. A historiadora Lia Calabre, professora do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Territorialidades da Universidade Federal Fluminense (UFF), discorre sobre a estatização: “A partir de 1940, ela deslancha com essa incorporação e esse investimento. E vai ser a grande estrela principal do cenário radiofônico brasileiro nos anos 1940/1950”.  

29/08

Sempre presente

Com a chegada da televisão no Brasil, em 1950, as pessoas acreditavam que o rádio não teria mais espaço na comunicação. No entanto, uma condição básica de popularidade manteve a relevância do rádio. É o que afirma a escritora e jornalista Magali Prado, pós-doutoranda da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP: “Não dá para você estar com uma televisão o tempo todo junto. Já os aparelhos de rádio diminuíram de tamanho, eram portáteis”. Em comparação com a televisão, o baixo preço do rádio de pilha permitiu que os ouvintes tivessem acesso à informação.

Mesmo o advento da internet, na década de 1990, não interrompeu as transmissões de rádio. Por meio da expansão de informações nas páginas da web, como quadros e imagens, a jornalista descreve o processo de amadurecimento como uma “revolução audiofônica”. Ela justifica: “Com a internet, é possível ouvir rádio de qualquer canto do mundo. Então, essa possibilidade de sair das fronteiras é muito saudável”.

Frente ao surgimento de tecnologias da comunicação mais interativas, a rádio permaneceu presente na vida dos brasileiros e teve de adaptar sua abordagem para atingir o público.

26/08

Entrevistada da semana: Magali Prado

Capacidade de renovação

A introdução da televisão nas casas brasileiras transportou produções do rádio para o novo segmento da comunicação e remodelou as configurações das emissoras. A escritora e jornalista Magali Prado, pós-doutoranda da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, afirma: ”O rádio vai se renovando, a gente pode dizer que vai se revolucionando por conta dos acontecimentos”. A ênfase nos noticiários jornalísticos e na cobertura esportiva são exemplos da mudança derivada da necessidade de reter audiência.

Magali conta sobre a adoção de grades de programação de rádio planejadas e segmentadas, uma preocupação entre os radialistas, que se perguntavam sobre o melhor horário para colocar o seu produto. O papel da televisão capturou o do rádio, como fica explícito na colocação do radialista e apresentador televisivo Paulo Gracindo: “A televisão deveria ser um jornal que lê para os milhões de analfabetos no Brasil”. 

25/08

Auge e ascensão

Os anos 1940 marcaram a ascensão e o auge do rádio no Brasil. A influência de estrelas em costumes e a moda da época intensificou-se com a estreia das radionovelas. Esses programas, como Jerônimo, o Herói do Sertão, atraíam o fascínio dos ouvintes. “No seu dia a dia, as pessoas se juntavam para ouvir. Então, nem todo mundo tinha um aparelho de rádio e depois ele foi se barateando. Mas todo mundo se encontrava para ouvir os capítulos de cada dia”, explica Magali Prado, escritora, jornalista e pós-doutoranda da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.

A interação com os artistas do rádio e a equipe técnica permitiu que as radionovelas fossem programas próximos do público: “Os programas de auditório, nessa época, também fizeram muito sucesso, porque faziam com que os ouvintes pudessem chegar perto dos seus ídolos, seus artistas favoritos”, segundo ela. Esse cenário de euforia, no entanto, reformou-se com a chegada da televisão.

24/08

Transformação comercial

Durante o governo de Getúlio Vargas, houve a liberação das propagandas nas transmissões de rádio, em 1932. O incentivo às empresas culminou no investimento no meio de comunicação e os aparelhos tornaram-se populares. Com a comercialização das emissoras, a escritora e jornalista Magali Prado, pós-doutoranda da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, explica que “entra o aporte comercial, os anúncios, depois os esportes, depois os jingles, depois os testemunhais. Ou seja, sempre a publicidade bancando o seu funcionamento”. 

A partir da transformação comercial, a profissionalização do rádio foi uma consequência de impacto na qualidade e entretenimento. “Então, era possível, com a verba que entrava da publicidade, contratar pessoas especificamente para trabalhar nas rádios”, conclui ela. Os atores e atrizes surgiram nesse momento da história do rádio.

23/08

Profissionalização e educação

Na década de 1920, as rádios eram financiadas por associados de alto poder aquisitivo, uma vez que não interessava ao Estado monopolizar as transmissões. A escritora e jornalista Magali Prado, pós-doutoranda da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, expõe: “A programação era basicamente musical e direcionada para uma elite (de classe) A-B, principalmente A, quem tinha acesso à música de qualidade”. A programação da época incluía óperas e música clássica, sem interrupções para comerciais e propagandas.

Com a profissionalização do rádio, as emissoras tornaram-se educativas. Magali explica: “Tinha uma programação cultural, uma programação musical, uma programação voltada ao conhecimento, uma troca de saberes mesmo”. A jornalista ainda descreve a experiência de ouvir rádio no seu início como um “privilégio”.

22/08

Mulheres compositoras

Apesar do predomínio masculino na produção musical, as mulheres sempre estiveram presentes na composição, de acordo com a cantora e compositora Denise Melo. “Eu acho que as compositoras, através dos seus depoimentos e das letras das suas canções, deixaram seus pensamentos e posicionamentos diante de uma época”, comenta a cantora sobre o legado deixado para as gerações atuais. Ela complementa: “As compositoras que contribuíram com melodias demonstraram o quanto estavam conectadas com seu tempo, compondo os gêneros musicais característicos da época”.

Em seu livro A mulher na canção: A composição feminina na era do rádio, a artista relembra a história e a luta das compositoras brasileiras contra o machismo, homofobia e racismo. Um dos exemplos é o da compositora e intérprete Dora Lopes: “Eles (família) não queriam que eu cantasse de jeito nenhum, meu pai não admitia e tal”. Dora também relata sobre sua participação no programa Calouro em Desfile, apresentado pelo músico Ary Barroso, e seu encontro com Francisco Alves, o “Rei da Voz”.

19/08

Entrevistados da semana: Hamilton Almeida e Denise Melo

Presença feminina

As artistas brasileiras também foram destaque no rádio, sobretudo na composição de músicas. As obras de 15 compositoras, que atuaram entre as décadas de 1920 e 1960, estão reunidas no livro A mulher na canção: A composição feminina na era do rádio, de Denise Melo. A cantora e compositora relembra nomes como Dora Lopes, Carmen Costa e Zica Bérgami, reconhecidas pelos principais jornais e revistas da época.

Apesar das participações em programas de auditório transmitidos em todo o Brasil e excursões internacionais, poucas delas permaneceram na memória popular. “Apenas duas delas são lembradas e valorizadas: Dolores Duran e Maísa, que escaparam de um apagamento dentro da nossa história musical”, comenta Denise.

18/08

Hora da Ginástica

O programa Hora da Ginástica, apresentado pelo radialista e professor Oswaldo Diniz Magalhães, foi o primeiro do gênero a ser transmitido por uma rádio, em 1932. De início, a transmissão era efetuada pela Rádio Educadora Paulista, porém, foi na Rádio MEC AM onde passou mais tempo no ar. Símbolo de longevidade e da precursão da prática de atividades físicas, teve fim no ano de 1981.

As aulas de ginástica à distância contavam com a trilha sonora de piano e a locução de Oswaldo. Às 6 horas da manhã, ele convocava os ouvintes para uma série de exercícios contidos em um mapa, disponível para compra. Contudo, a impossibilidade de conferir se a atividade era executada de maneira adequada rendeu-lhe críticas da mídia. A recepção do público, apesar disso, foi positiva ao ponto de construírem uma estátua a ele. Oswaldo morreu aos 93 anos e deixou um legado de incentivo ao exercício físico diário.

Apesar das participações em programas de auditório transmitidos em todo o Brasil e excursões internacionais, poucas delas permaneceram na memória popular. “Apenas duas delas são lembradas e valorizadas: Dolores Duran e Maísa, que escaparam de um apagamento dentro da nossa história musical”, comenta Denise.

17/08

O papel do padre Landell

Além de realizar a primeira transmissão de ondas de rádio sem fio, o padre Landell de Moura também empregava as ondas contínuas em suas transmissões. Em sua viagem aos Estados Unidos, recomendou a adoção de ondas curtas para aumentar as distâncias das transmissões. “Em síntese, padre Landell cogitou a possibilidade de transmissão à distância sem fio da voz humana e outros sons, textos e imagens”, analisa o escritor e jornalista Hamilton Almeida.

Em seu livro Padre Landell: o brasileiro que inventou o wireless, Almeida revela que o cientista era reconhecido por inventores americanos porque seus experimentos serviram de referência a outros dispositivos de telecomunicação patenteados nos Estado Unidos. 

16/08

Padre pioneiro

Apesar de pouco lembrado na história brasileira, o padre Landell de Moura foi um pioneiro das telecomunicações e responsável pela mais antiga transmissão de voz por ondas de rádio. “Isso aconteceu em uma experiência pública – é um fato documentado –  no dia 16 de julho de 1899, em São Paulo, mais especificamente no Colégio Santana, de onde partiram os sons iniciais de um aparelho de rádio, tanto de voz quanto de sons musicais”, conta o escritor e jornalista Hamilton Almeida, biógrafo do cientista há 45 anos.

Nos Estados Unidos, o padre registrou as patentes de transmissões por ondas de rádio e por feixes de luz, invenção considerada embrionária das fibras ópticas. Contudo, ao retornar ao Brasil, Landell de Moura teve pedidos por recursos e demonstrações negados pelo Governo Federal e pelo Estado de São Paulo. 

A falta de apoio para o desenvolvimento de suas tecnologias resultou no esquecimento do nome do padre, segundo Almeida. Diante do conflito entre ciência e obscurantismo, ele afirma: “Infelizmente, na época dele, o obscurantismo venceu. E o que se pretende agora, resgatando a sua história, é mostrar o pioneirismo e a importância de tudo que ele fez”.

15/08

Coroa para uma rainha

Na época de ouro do rádio, destacava-se uma voz marcante, que cantava apenas músicas brasileiras, a de Linda Batista. Campeã do concurso de Rainha do Rádio em 1937, ela manteve a coroa por onze anos consecutivos e alcançou popularidade em todo o Brasil. 

Perdeu a invencibilidade do concurso apenas para a sua irmã, Dircinha Batista. Encorajadas pelo pai, Batista Júnior, um humorista e ventríloquo, ambas iniciaram a carreira artística cedo e Linda marcava presença nas emissoras Tupi e Nacional. Seu sucesso com gravações de sambas-canções e músicas de carnaval renderam impacto internacional, com aparições em Paris, Roma e Buenos Aires. A compositora atingiu seu auge nos anos 1940 e 1950 e decidiu afastar-se da vida artística nos anos 1960. Em abril de 1988, Linda Batista faleceu no Rio de Janeiro.

12/08

Pai do rádio no Brasil

O pai da radiodifusão brasileira, Edgard Roquette-Pinto, nasceu em 25 de setembro de 1884. Antropólogo, ensaísta, etnólogo, médico legista e professor, ele colaborou com a missão de marechal Rondon no Norte do País, na filmagem dos índios nhambiquaras. Em 1917, publicou Rondônia – Antropologia etnográfica, considerado um clássico da antropologia brasileira. Dez anos depois, ocupou a cadeira 17 na Academia Brasileira de Letras.

O interesse no desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação de massa, sobretudo após a transmissão do presidente Epitácio Pessoa, o fez apaixonar-se pelo rádio. Para ele, o rádio era “o material de ensino indispensável, mesmo quando custa muito, da educação intensiva que o meio familiar é capaz de promover e na cultura que o Estado tem o dever de animar”. 

Em abril de 1923, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi criada a partir da iniciativa de Roquette-Pinto, que convenceu a Academia Brasileira de Ciências a patrocinar a rádio. O objetivo da emissora era a difusão de assuntos culturais e científicos. Durante o governo de Getúlio Vargas, em 1936, ele doou a rádio ao Ministério da Educação, que a renomeou como Rádio MEC.

Roquette-Pinto faleceu em 18 de outubro de 1954, aos 70 anos. Em comemoração ao seu legado, o Dia do Rádio no Brasil é comemorado na data de seu nascimento.

11/08

Entrevistado da semana: Pedro Serico Vaz Filho, pesquisador e doutor pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP

Emissora pioneira

Antes da primeira emissora regular do Brasil, um grupo de curiosos na radiotelegrafia montou uma estação de rádio experimental, a rádio Clube de Pernambuco. Sobre o pioneirismo da emissora, o pesquisador e doutor pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, Pedro Serico Vaz Filho, relata: “Esse grupo se reúne para tratar a questão da comunicação à distância sem a utilização de fios. Toda essa experiência foi realizada naquele momento a partir de 6 de Abril de 1919”.  Duas semanas depois, a instituição publicaria os estatutos da rádio, que estabelecia como seriam efetuados os trabalhos.

Em outubro de 1923, a Clube de Pernambuco passaria por uma reformulação para o uso do rádio como meio de comunicação. A renovação, através da instalação de novas tecnologias, deve ser reconhecida como a continuação de uma estação já fundada, conclui Vaz Filho: “Essa existência anterior foi uma existência de estruturação, de estudo, de desenvolvimento, de técnicas, ela ganha esse espaço”.

10/08

Setembro de 1922

A Exposição Internacional do Centenário da Independência, inaugurada pela primeira transmissão oficial de rádio no Brasil, pretendia ser um marco na modernização da cidade do Rio de Janeiro. “Esse momento foi muito importante para a história da radiodifusão. A gente tem que reconhecer e levar em consideração que as coisas não aconteceram uma semana antes e nem dias depois, nem um mês antes”, pontua Pedro Serico Vaz Filho, pesquisador e doutor pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Segundo ele, a organização do evento foi feita com antecedência devido ao seu porte e sua importância.

Além disso, a presença de nomes relevantes na história do rádio, como o padre Landell de Moura e Guglielmo Marconi, também exigiu preparações. Em 1899, o padre realizou a primeira transmissão sem fios de voz humana por ondas de rádio na história da humanidade. Marconi, considerado o inventor do rádio na Europa, inventou o telégrafo sem fio quatro anos antes. “Para tudo isso houve um trabalho anterior e planejamento de procurar as pessoas, de ter o contato com essas pessoas. Imagina  fazer tudo em 1922”, analisa Vaz Filho.

O pesquisador salienta a grandiosidade do momento: “Em 7 de setembro de 1922, nós temos essa referência importante do rádio brasileiro e essa referência nos traz um estudo, um pensamento sobre o que acontecia antes daquele período e o que veio a acontecer depois também”.

09/08

Gênese

Há 100 anos, no dia 7 de setembro de 1922, o rádio nasceu oficialmente no Brasil durante as celebrações do centenário da Independência do País. Em um discurso do então presidente, Epitácio Pessoa, a primeira transmissão à distância e sem fios inaugurou a Exposição Internacional comemorativa. Apenas dezenas de pessoas no Rio de Janeiro, Niterói, Petrópolis e São Paulo acompanharam o pronunciamento do presidente. Também foram transmitidos acordes da ópera O Guarani, de Carlos Gomes, que estava sendo executada no Teatro Municipal. 

Ao acompanhar as transmissões, Roquette-Pinto, considerado o pai da radiodifusão no Brasil, convenceu a Academia Brasileira de Ciências a patrocinar a criação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Criada em abril de 1923, esta foi a primeira emissora brasileira oficialmente reconhecida.

08/08

O rádio no Estado de São Paulo

“Os anos 1930 foram de grande explosão para as emissoras de rádio no Brasil”, descreve o professor e pesquisador Antonio Adami, doutor em Semiótica e Linguística pela USP. No Estado de São Paulo, o rádio expandiu da capital para o interior, em cidades como Campinas, Jaú e Sorocaba. O alcance do rádio nessa região deu-se porque o aparelho do rádio é “barato e eficaz”, além da configuração do rádio na transição do amadorismo nos anos 1920 para um estilo comercial nos anos 1940. Adami explica: “Tem bastante diferença na linguagem e na postura, tudo é mais profissional”.

08/08


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.

O rádio no Estado de São Paulo

“Os anos 1930 foram de grande explosão para as emissoras de rádio no Brasil”, descreve o professor e pesquisador Antonio Adami, doutor em Semiótica e Linguística pela USP. No Estado de São Paulo, o rádio expandiu da capital para o interior, em cidades como Campinas, Jaú e Sorocaba. O alcance do rádio nessa região deu-se porque o aparelho do rádio é “barato e eficaz”, além da configuração do rádio na transição do amadorismo nos anos 1920 para um estilo comercial nos anos 1940. Adami explica: “Tem bastante diferença na linguagem e na postura, tudo é mais profissional”.

08/08


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