Cátedra almeja plena intersecção entre arte e ciência

Com dois titulares, Cátedra Olavo Setubal do IEA busca diálogo entre esses universos no atual momento do País

 27/03/2019 - Publicado há 6 anos
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jorusp

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Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Este ano, a Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência do Instituto de Estudos Avançados (IEA) terá dois titulares, contemplando ao mesmo tempo as artes visuais e a ciência, além das intersecções entre elas. Ocuparão as posições o crítico, curador e gestor cultural Paulo Herkenhoff, com destacada atuação no Brasil e no exterior, e a bioquímica Helena Nader, professora da Unifesp e ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A posse acontece nesta quinta-feira (28), substituindo a atual titular, a ativista social, educacional e cultural Eliana Sousa Silva, diretora da Redes da Maré.

Não será a primeira vez que a ciência estará ao lado da arte na cátedra. Uma das atividades organizadas pelo primeiro titular, Sérgio Paulo Rouanet, em 2016, foi o seminário A Ciência e Suas Fronteiras. Agora, o desafio dos titulares será a busca pela harmonia e interdisciplinaridade entre os dois campos do saber. Herkenhoff aponta que nos países da Ásia que apresentaram grandes avanços na educação, como a Coreia do Sul, há um entendimento claro que cultura, ciência e linguagem são fundamentais para a constituição do sujeito pleno. Sendo, justamente, essa visão que norteará a Cátedra: a intensa valorização dos campos do saber, sobretudo da arte e ciência, além da busca por suas intersecções.

Buscar essa intersecção não é, evidentemente, pensar a arte como modo racionalista, mas sim como modo de invenção, esclarece Paulo Herkenhoff. O futuro titular da Cátedra destaca, também, que, “no momento em que vivemos, pensar essas correlações entre arte e ciência, isto é, a necessidade que ambos têm de se alimentarem, é fundamental. O cientista atua por um tipo de imaginário, assim como o artista”.

Duas pessoas ocupando a Cátedra é uma novidade, ressalta Helena Nader. Para a bioquímica, estamos atravessando uma fase difícil, mergulhada no obscurantismo, e através da Cátedra há uma possibilidade de se apresentar outras formas de diálogo. Outro objetivo é buscar o “renascer”, momento em que cientista e artista possuíam bases comuns. “Vejo o artista como um cientista e o cientista como um artista, entendo que a criatividade está presente nos dois e vejo que a sociedade poderá lucrar muito se conseguirmos trazer esses dois universos de volta.”

jorusp


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