O livro Sexo no Cotidiano, escrito durante a pandemia, é voltado ao público em geral e traz 26 temas sobre sexualidade, como atração, sedução, intimidade e isolamento. A autora é Carmita Abdo, professora da Faculdade de Medicina (FM) da USP, fundadora e coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas.
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Ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, Carmita, que trabalha há quatro décadas com o assunto, comenta que o livro tem tópicos expressivos falando sobre o sexo no isolamento, mas outros temas também foram muito bem explorados. “Acabou ficando divertido e interessante”, afirma. Há capítulos como “Sexo é Tudo”, “Amor Sem Sexo”, “Sexo de Risco” e “Sexo com Hora Marcada”. “É um livro que convida a refletir sobre essas temáticas.”
A obra também conta com um capítulo dedicado à espontaneidade na atividade sexual. A professora comenta que o sexo é cada vez mais com hora marcada, por conta do nosso estilo de vida e das agendas sempre cheias. “O mundo muda, o sexo muda também”, diz. “Você vai lendo e se achando”, completa. Carmita começou a se interessar pelo tema quando prestava atendimento psiquiátrico aos alunos da USP.
O sexo também pode ser um indicador de saúde. A professora cita a falha de ereção, que pode estar relacionada a quadros de diabete, problemas de próstata, colesterol alto, complicações cardiovasculares e também depressão. Há também o outro lado. “Quando você não está bem e faz sexo, ele muda seu humor a partir da oxigenação dos tecidos e da liberação de endorfina e dopamina”, afirma. “Sexo bom para a saúde é o sexo que satisfaz.”
Sobre a pandemia, a professora comenta que, no início, as pessoas estavam sexualmente mais ativas, mas o medo acabou tirando o prazer dessas relações. “Conforme a pandemia foi se prolongando, a prática sexual passou a ser mais esporádica e as falhas, como falta de desejo, bastante frequentes.” Houve também o aumento dos casos de violência doméstica, divórcios e separações e consumo de pornografia e sexo virtual.
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Segundo Carmita, sexo não necessariamente é atividade sexual, mas é libido. “É a força que nos põe na cama e a energia que nos tira dela.” “A energia libidinal que nos faz ter interesse no sexo é a mesma que nos dá interesse na vida”, conclui.
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